(20/10/2024) – A Petrobras vai construir sua primeira planta piloto de hidrogênio verde na usina termelétrica do Vale do Açu, em Alto do Rodrigues, no Rio Grande do Norte.
O projeto, cujo orçamento total alcança cerca de R$ 90 milhões, será realizado em cooperação com o Instituto Senai de Inovação em Energias Renováveis.
As obras serão executadas pela WEG, multinacional brasileira especializada em eletrificação. A previsão é de que a planta entre em operação no primeiro trimestre de 2026.
O hidrogênio verde (H2V), também chamado de hidrogênio sustentável ou de baixo carbono, será obtido a partir da energia solar da usina pelo processo de eletrólise da água, que consiste na quebra das moléculas de água por meio de uma corrente elétrica, separando o hidrogênio e oxigênio.
A usina de eletrólise será testada em diferentes modos de operação, conectada ao sistema de armazenamento de energia já instalado na unidade e à malha de distribuição de energia elétrica.
A usina fotovoltaica de Alto Rodrigues, construída originalmente para pesquisa e desenvolvimento, terá capacidade de produção ampliada de 1,1 MWp (megawatt pico) para 2,5 MWp, suprindo a demanda elétrica de 2 MW da unidade-piloto a ser instalada.
Segundo a Petrobras, com este projeto, a companhia também será pioneira, no Brasil, nos estudos dos efeitos da adição de hidrogênio sustentável ao gás natural em microturbinas.
“É o primeiro passo para futuras iniciativas comerciais no segmento”, diz o diretor de Transição Energética e Sustentabilidade da Petrobras, Maurício Tolmasquim. “A produção de hidrogênio renovável a partir da eletrólise da água utilizando energia solar não apenas reduz a emissão de gases de efeito estufa, como também promove o uso de recursos naturais abundantes e sustentáveis no país”.
Estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostra que já existem, no Brasil, investimentos de R$ 188,8 bilhões em mais de 20 projetos de hidrogênio verde a partir de fontes renováveis.
O baixo custo e a oferta da geração elétrica renovável colocam o país em condição de vantagem competitiva. Por essa razão, existe a expectativa que o Brasil produza hidrogênio com um dos menores custos do mundo em 2030.