São Paulo, 25 de novembro de 2024

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21/09/2024

CNI se diz indignada com novo aumento dos juros

(22/09/2024) – A CNI – Confederação Nacional da Indústria divulgou comunicado para manifestar “total indignação com a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de aumentar a Selic em 0,25 ponto percentual, para 10,75% ao ano”.

Para a entidade, o nível da Selic antes da reunião desta quarta-feira (18) era mais do que suficiente para manter a inflação sob controle. A entidade afirma que a alta dos juros vai prejudicar a criação de emprego e renda para a população.

Segundo o presidente da CNI, Ricardo Alban, a alta da Selic não apenas impõe custos desnecessários sobre a economia, como coloca o Brasil na contramão do que a maioria dos países, desenvolvidos ou em desenvolvimento vem fazendo.

“É emblemático que no mesmo dia em que os Estados Unidos decidem baixar a taxa básica após meses, o Brasil resolva o contrário, elevar a Selic. Torna a nossa diferença de juros reais ainda mais grave e cria condições desfavoráveis ao investimento no país. Até que ponto a especulação do mercado futuro de juros influencia as narrativas da expectativa de inflação futura?”, questiona Alban.

O cenário internacional é de tendência de flexibilização do aperto monetário, lembra a CNI. Mais cedo, o Banco Central dos EUA (FED) deu início a um ciclo de cortes da taxa de juros norte-americana. Na última semana, o Banco Central Europeu (BCE), por sua vez, já havia promovido o segundo corte consecutivo de juros, de 0,25 p.p., reduzindo a taxa para 3,5% a.a.

A CNI lembra ainda que a inflação de agosto (IPCA) caiu 0,02%, ficando abaixo das expectativas capturadas pelo Relatório Focus do Banco Central, que apontavam alta de 0,02%. No acumulado em 12 meses até agosto, a inflação foi de 4,24%, 0,26 p.p. menor que a de julho (4,50%). De acordo com a CNI, isso é importante porque, além de apontar desaceleração, mostra que a inflação acumulada em 12 meses voltou a ficar abaixo do teto da meta, que é de 4,5%.

3ª maior taxa de juros reais do mundo – Segundo a CNI, a alta da Selic mantém o Brasil em 3º lugar entre as maiores taxas de juros reais do mundo, atrás apenas de Turquia e Rússia. “Juntamente com o nosso problema de elevado spread bancário – também o 3º maior do mundo –, esse fator empurra o país para fora da disputa mundial pela produção”, frisa a entidade.

Para a CNI, “esse aumento na taxa de juros “joga contra” a recuperação da indústria de transformação e do investimento, que começou a ganhar tração recentemente, depois de terem registrado queda em 2023”.

“Por tudo isso, fica claro que subir a Selic foi uma decisão totalmente equivocada do Banco Central. Nesse contexto, é fundamental que o BC retome os cortes na taxa de juros o quanto antes. Apenas com um ambiente de menor custo de financiamento é que as empresas conseguirão viabilizar projetos de investimento que são essenciais para o aumento da produtividade e da capacidade produtiva, com ganhos para o crescimento da economia”, conclui Alban.

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