(01/09/2024) – O setor de Usinagem da fábrica da Grob do Brasil, em São Bernardo do Campo (SP), está trabalhando com capacidade total: 24 horas por dia, sete dias por semana. Além disso, um acordo com o sindicato local possibilitou à empresa alterar a jornada de trabalho dos funcionários do setor para o regime de 12 x 36 h.
“Com o mercado nacional retraído e com grande volatilidade, isto só tem sido possível graças a decisões que tomamos ainda no final dos anos 1990, quando fornecemos as primeiras máquinas para a nossa matriz, na Alemanha”, explica Michael Bauer, presidente da B. Grob do Brasil.
O executivo refere-se ao fato de que, desde então, a fábrica nacional foi sendo capacitada a produzir toda a linha de máquinas de usinagem da empresa, com a mesma qualidade da matriz, podendo assim fornecer para qualquer cliente ou filial da Grob no mundo. Resultado: em 2023, 90% do faturamento da filial brasileira são provenientes de exportações e apenas 10% do mercado nacional. Em 2024, a tendência é que esta proporção seja mantida.
“Não fossem os fornecimentos intercompany (ou seja, para a nossa matriz ou filiais do grupo, em especial EUA e México), não teríamos hoje como manter a estrutura que construímos aqui no Brasil”, afirma Bauer.
Após uma forte retração durante o período de pandemia, a Grob Brasil cresceu 68% em 2023, atingindo um recorde de produção no País.
O faturamento no ano fiscal de 2023 (mar/23-fev/24) atingiu 125 milhões de euros (cerca de R$ 780 milhões). Em 2024, a expectativa é a de fechar o ano fiscal em leve alta, alcançando 130 milhões (cerca de R$ 810 milhões). Para tanto, estão contribuindo os ganhos de produtividade e os cerca de 5 milhões de euros investidos em máquinas, equipamentos e softwares nos últimos três anos.
“Um dos nossos desafios aqui no Brasil é manter a nossa competitividade para continuar participando dos projetos de fornecimento com a nossa matriz”, informa o presidente, acrescentando que o processo de capacitação da fábrica local chegou a tal ponto que hoje são usados aqui as mesmas máquinas, as mesmas ferramentas e os mesmos softwares utilizados na matriz.
O desempenho da fábrica no pós-pandemia também resultou em aumento nas contratações. O quadro de colaboradores cresceu 25% nos últimos anos. Hoje são 870 funcionários na planta de São Bernardo. O executivo faz questão de destacar que 40% deles foram formados na escola que a empresa mantém em parceria com o Senai, a Almirante Tamandaré, desde 1972. “Este ano, além do curso de Técnico Mecânico, introduzimos também o de Mecatrônica”, informa Bauer.
Novos Projetos – Sobre novos projetos, o executivo adianta que, neste momento, a matriz está avaliando a ampliação da fábrica em mais 3.500 m², na área de montagem. O investimento abre espaço para a atuação da filial numa diversidade de projetos, inclusive os de mobilidade elétrica, segmento em que o grupo passou a atuar há alguns anos e que já responde por cerca de 50% do faturamento global.