(03/09/2023) – A pesquisa Indicadores Conjunturais da Abimaq registrou nova queda na receita líquida de vendas de máquinas e equipamentos no mês de julho de 2023, mantendo a trajetória de declínio observada desde 2022, conforme a entidade.
“O encolhimento recente do resultado ocorreu em razão da piora nas atividades do mercado doméstico. As exportações, mesmo com a desaceleração no mercado global e valorização do Real frente ao dólar, continuaram registrando expansão no período”, informa a Abimaq.
Entre os segmentos de mercado nacional atendidos pela indústria de máquinas e equipamentos se observou, na análise interanual, melhora no de bens de consumo e no de logística e construção civil. O segmento fabricante de componentes utilizados na produção de outros bens de capital ou para reposição de partes registrou estabilidade no período.
“Em 2023, até o mês de julho, a queda acumulada nas receitas com o mercado doméstico foi de 13,8%”, informa a pesquisa.
No mesmo período, as exportações cresceram 18,6% em dólares ou 9,6% em reais, que passaram a representar 24% da receita total do setor. Em média, de janeiro a julho de 2022, as exportações representavam menos de 20% da receita líquida total de máquinas e equipamentos. Em unidades físicas as exportações cresceram 7,4%.
O aumento se deu em quase todos os grupos setoriais de máquinas e equipamentos. A queda ocorreu apenas nas exportações de máquinas para bens de consumo (-12,9%) e máquinas para agricultura (-7,3%).
Importações – Mesmo com o mercado doméstico relativamente mais fraco, o mês de julho registrou elevação nas importações de máquinas e equipamentos, tanto em relação ao mês imediatamente anterior (+2,4%) quanto em relação ao mesmo mês do ano anterior (15,8%).
No mês de julho de 2023 foram importados US$ 2,293 bilhões em máquinas e equipamentos contra US$ 1,980 bi em julho de 2022. No ano, as importações superaram as realizadas em 2022 em 14,3%, atingindo US$ 15,6 bilhões, ou 40% do total de máquinas consumidas no país.
De acordo com a Abimaq, os dados recentes indicam relativa perda de competitividade da indústria local ante o bem importado. Até o mês de julho, os equipamentos importados ganharam 5 p.p. do consumo aparente de máquinas e equipamentos no Brasil. No ano, houve aumento das importações de máquinas e equipamentos por todos os segmentos produtores nacionais.
Os maiores crescimentos de importação de máquinas foram observados nos setores relacionados à agricultura, logística, construção civil e indústria de bens de consumo.