(16/07/2023) – Apesar das várias dificuldades enfrentadas neste início de ano, a produção e as vendas de veículos no Brasil fecharam em alta no primeiro semestre, em comparação com o mesmo período de 2022.
No período foram produzidos 1,13 milhão de veículos, o que representa alta de 3,7% sobre o primeiro semestre de 2022 . Já as vendas, que somaram 998,6 mil unidades no ano, tiveram elevação de 8,8% sobre o ano passado.
Já as exportações caíram, depois de dois anos de forte recuperação. Nos primeiros seis meses, 227,2 mil veículos foram exportados, ante 246,3 mil do primeiro semestre de 2022, uma redução de 7,7% nos embarques. Segundo a Anfavea, que divulgou o balanço do setor na semana passada, “além da crise na Argentina, nosso maior parceiro comercial, o encolhimento de mercados importantes, como Colômbia e Chile, vem impactando negativamente o desempenho dos fabricantes brasileiros no comércio exterior”.
Carro Popular – Sobre a MP 1.175/23, a MP dos descontos para a compra de veículos, o presidente da entidade, Márcio de Lima Leite, informou que os reflexos positivos começaram a ser percebidos apenas na última semana de junho, “mas foram suficientes para fazer dele o segundo melhor mês do ano em vendas e projetar um julho com emplacamentos muito acima da média, já que cerca de 79 mil veículos com bônus de desconto foram repassados às concessionárias, mas ainda não emplacados”.
De acordo com Leite, “estimamos que dos R$ 800 milhões liberados pelo governo para veículos leves, R$ 710 milhões já haviam sido aplicados até a virada do mês, resultando em descontos para cerca de 150 mil unidades. Porém, só 54 mil deles tiveram emplacamento efetivado em junho”, afirmou Leite.
Segundo ele, julho colherá a maioria dos emplacamentos referentes ao programa. “Foi uma excelente medida de curto prazo para aquecer o mercado, reduzir os estoques e, principalmente, proporcionar que mais consumidores, incluindo pessoas jurídicas na segunda fase, tivessem acesso aos veículos de entrada”, explicou Leite.
Para veículos pesados, no entanto, os reflexos da MP ainda não foram percebidos, pois a utilização dos bônus de R$ 700 milhões para caminhões novos, e de R$ 300 milhões para ônibus novos, ainda demanda regulamentações e alguns ajustes operacionais. Outro efeito positivo da MP para veículos leves foi o escoamento de parte dos estoques que estavam se acumulando nos pátios das fábricas.
Até por conta disso, a produção de 189,2 mil unidades em junho foi 17% menor que em maio. Ao longo de junho, cinco fábricas tiveram algum período de paralisação por conta de férias coletivas. Leite ressaltou ainda os esforços das montadoras, que ofereceram descontos além dos bônus do governo.