(19/03/2023) – A Ceratizit América do Sul fechou o ano fiscal, em fevereiro, com um resultado 28% acima do obtido no exercício anterior. Grande parte desse crescimento veio da Divisão Cutting Tools, resultado da conquista de grandes clientes no mercado brasileiro e na Argentina.
“Fomos uma das últimas grandes marcas globais a se instalar no Brasil, nos estruturamos e os resultados estão aparecendo de forma bastante positiva. Tivemos um crescimento bastante significativo neste ano fiscal. Conseguimos penetrar em grandes clientes e a tendência para este ano é de crescimento”, afirma Marcos Mantovani, diretor-geral da Ceratizit América do Sul. “Estamos otimistas com 2023 e nossa expectativa é crescer em torno de 30% também neste exercício”.
Esse otimismo está baseado em vários fatores. O principal deles é que a empresa ainda é relativamente pouco conhecida no mercado e detém uma pequena fatia do market share, “o que significa que temos ainda um potencial muito grande de crescimento no mercado brasileiro e sul-americano”. Afinal, enfatiza, a empresa conta com um portfólio de produtos que supera os 60 mil itens standard.
Mantovani explica que a Ceratizit é uma empresa centenária, fundada em 1921, mas que está presente há pouco tempo no Brasil, onde passou a atuar primeiramente com a divisão de cilindros de metal duro, na década de 1990. Posteriormente as demais divisões – peças para desgaste (wear parts) e ferramentas para madeira e rochas – foram trazidas para o País. A mais recente foi a divisão de ferramentas para usinagem (cutting tools), justamente a que tem oferecido as maiores taxas de crescimento da marca.
“Temos fomentado a linha de cutting tools no mercado brasileiro e sul-americano. No ano passado, por exemplo, aumentamos os investimentos nessa divisão, com a contratação de pessoas para ampliar as áreas de engenharia e de vendas diretas”, explica o diretor. “Hoje, acreditamos que essa divisão será a locomotiva da Ceratizit América do Sul”.
NOVAS TECNOLOGIAS – De acordo com o executivo, a Ceratizit tem investido pesado em novas tecnologias, em especial aquelas relacionadas à Indústria 4.0. E foi justamente um desses produtos – o CeraSmart ToolScope, sistema de monitoramento e gerenciamento das condições de usinagem – que abriu as portas em alguns grandes clientes, incluindo montadoras.
Mantovani explica que o ToolScope é composto de um sistema de hardware e software que é instalado no interior de máquinas. Dessa forma, com recursos de Inteligência Artificial e Aprendizado de Máquina, reorganiza o sistema de usinagem da máquina, oferecendo simulações para o melhor momento da troca de ferramentas (através da análise do desgaste), gerencia o consumo, sugere aumento do avanço, monitora as condições da máquina etc.
“Com parcerias feitas com fabricantes de máquinas aqui no Brasil conseguimos vender mais de 100 desses equipamentos só no ano passado. Um dos clientes finais, inclusive, instalou 38 ToolScope em seu parque fabril”, diz. Os bons resultados obtidos com o equipamento acabaram despertando nos clientes o interesse pelas ferramentas de corte da Ceratizit.
Simultaneamente, as ferramentas e serviços da empresa conquistaram clientes em vários segmentos, em especial entre os fabricantes de máquinas agrícolas. Mas não só. “Crescemos também no aeronáutico – que está em processo de retomada tanto Brasil como no exterior -, assim como nos segmentos de máquinas pesadas e no setor siderúrgico”.
Nos demais países da América do Sul, a Ceratizit também nutre boas expectativas. “Nos últimos anos, iniciamos um trabalho de desenvolvimento com o objetivo de estar presente em toda a região. Em 2022, já contávamos com 12 distribuidores, além de alguns clientes-chave atendidos por venda direta”, informa.
Mantovani reconhece que, com o início do novo governo, 2023 deve ser um ano de muitas análises e estudos por parte indústria em geral. “Mas nossa expectativa é sempre positiva. Janeiro foi um mês fraco em novos negócios, com as empresas avaliando as ações do novo governo, mas, como contávamos com uma boa carteira do ano anterior, tivemos um bom resultado. Ao final de fevereiro já percebemos os primeiros sinais positivos, com um movimento ainda pequeno, mas favorável”.
Em sua avaliação, 2023 não deve ser um ano espetacular em volume de negócios para o mercado em geral, mas segue confiante nos resultados que serão auferidos com as estratégias adotadas pela filial e os trunfos que a marca Ceratizit tem apresentado ao mercado sul-americano.
FABRICAÇÃO LOCAL – “Inclusive está nos nossos planos, a partir do segundo semestre, implantar um departamento de fabricação de ferramentas especiais no Brasil – em parceria com empresas nacionais – nas áreas de ferramentas para usinagem e peças para desgaste”, diz, explicando que o objetivo é aumentar a competitividade na região, o que considera fundamental neste momento.
Para finalizar, Mantovani lembra que desde que a Ceratizit se transferiu para Campinas, há 5 anos, para um espaço maior e mais adequado às operações da empresa, o faturamento cresceu 2,3 vezes. “Isto também nos dá confiança de que iremos cumprir nossa meta de crescimento de 30% em 2023”.
