(26/02/2023) – A edição 1.177 da Carta Iedi – publicação na qual o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) discute aspectos da industrialização brasileira – abriu para um público maior o estudo “A retomada do debate sobre política industrial”, de 2021, desenvolvido pelos professores Antônio Carlos Diegues, José Roselino, Marcos Ferreira e Renato Garcia, da Universidade Federal de São Carlos (Ufscar) e da Universidade de Campinas (Unicamp).
No estudo, os autores propõem um verdadeiro guia para políticas de desenvolvimento industrial, tomando como ponto de partida as características atuais do setor, assim como o conhecimento acumulado pelas experiências internacionais bem sucedidas. Mas sem resvalar em pretensões desmesuradas.
O trabalho evita, ainda, o antigo recorte das políticas industriais horizontais e verticais, empregando a ideia mais contemporânea de “políticas industriais pervasivas”, que combinam ações horizontais e programas verticais, e as chamadas “políticas direcionadas”, adaptadas de maneira a serem capazes de se adequar às heterogeneidades do tecido produtivo nacional.
Tais políticas contribuiriam, de acordo com os pesquisadores, para a construção de novos consensos quanto aos objetivos e os desenhos de uma estratégia industrial contemporânea para o Brasil, e também para a criação de uma coalização de forças políticas que oferecesse suporte a esta estratégia, não sem ajustes e adaptações, por um período suficientemente longo para que as ações surtissem efeito.
Na visão dos autores, tal consenso deveria se dar em torno da necessidade de se fomentar a produtividade e a competitividade da indústria brasileira, notadamente por meio do imperativo da inovação, mas de forma responsável do ponto de vista socioambiental.
Os autores propõem ainda a adoção de uma série de critérios para distintos tipos de políticas, de modo a evitar a seleção arbitrária de setores ou mesmo de atividades em uma eventual nova estratégia industrial. Ou seja, segundo o estudo, a nova política industrial não pode correr riscos de captura por setores ou empresas específicas, o que com o tempo a levaria à ineficiência.
Mais informações em https://www.iedi.org.br/cartas/carta_iedi_n_1177.html