(19/02/2023) – O Paraná abriga um polo de ferramentas especiais que reúne mais de uma dezena de fabricantes. São empresas como a Fecial, Sulvídias, Preciflex, Steelvidia, Alcede, Pamar, GR Drill, RDR, SH Tools, Ynowa/IKF, entre outras, instaladas em sua maioria na capital do estado ou na Região Metropolitana de Curitiba.
Uma característica do polo paranaense, que o difere de outros polos de ferramentas especiais existentes no País, é que lá o carro-chefe de quase 100% das empresas é a produção de insertos especiais de metal duro.
A explicação para este fato está na própria origem das empresas. Direta ou indiretamente todas são originárias da Valenite, multinacional norte-americana que manteve fábrica no Paraná, produzindo ferramentas desde o pó de metal duro até o produto final, como pastilhas intercambiáveis e rotativas. As atividades da empresa no Brasil foram encerradas em meados da década de 1980 (hoje, a marca Valenite – adquirida pelo Grupo Sandvik em 2002 – integra o portfólio da Walter Tools).
Com o fechamento da fábrica, alguns dos profissionais ali formados decidiram empreender, abrindo suas próprias empresas. O movimento teve início com a Ferramentas Precisa e a Petroleum, fabricantes de insertos especiais e de suportes e porta-ferramentas, que já encerraram as atividades, mas que também contribuíram para o surgimento das demais fabricantes que hoje compõem o polo paranaense.
PRECIFLEX – Uma das integrantes do polo é a Preciflex, que nasceu em 2005. Seu fundador, Luciano Martins de Oliveira, trabalhou por 18 anos na Ferramentas Precisa (onde entrou aos 14 anos) e na Ynowa, antes de montar sua própria empresa para atuar na área de representação, no Paraná e em Santa Catarina, de seu último empregador.
Em 2012, comprou máquinas e um barracão em Curitiba e deu início à produção. Hoje, a fábrica conta com 18 máquinas, entre centros de usinagem, fresadoras e retíficas. “Nossa linha são as ferramentas especiais. Nosso foco é vender soluções de usinagem”, afirma Oliveira.
Tendo como carro-chefe os insertos especiais, a Preciflex mantem clientes nos segmentos aeroespacial, automotivo, componentes para tratores e linha pesada, linha branca e odontológica. A empresa mantém representantes em São Paulo, no ABC e no Interior, e nos demais estados da Região Sul. Mas, hoje, o principal destino da produção está no México. “60% da nossa produção atualmente é exportada para o México, onde também contamos com um representante”, informa.
“2022 foi um ano difícil, a partir de julho. O que nos manteve foram as exportações. Não estou muito confiante para este ano, até porque um dos nossos principais clientes, a FCA, fechou a fábrica de motores em Campo Largo, aqui no Paraná, e muitos clientes estão esperando o comportamento do mercado com o novo governo”, diz, acrescentando que, até por isso, já está de viagem marcada para o México para estabelecer contatos com potenciais futuros clientes.
Instalações da Preciflex, em Curitiba
