(*) José Elias Fiorotto
(21/11/2010) – No processo de conformação de aços planos e longos, confeccionados através de cadeiras de laminação compostas por cilindros e mancais de rolamento para seu apoio, a água e a temperatura são agentes essenciais para facilitar a conformação e a refrigeração dos componentes em trabalho.
Para uma operação ideal, o lubrificante deve atuar na proteção contra a corrosão, suportar cargas elevadas e alta temperatura, além de promover um efeito de selagem, evitando a entrada de contaminantes, como água e carepa.
Quando o lubrificante não consegue cumprir estas necessidades ocorre o rompimento do filme que deixa os contaminantes entrarem na pista do rolamento, provocando a lavagem (hidrolisação) e o arraste do lubrificante, fazendo com que este perca suas características físico-químicas originais, resultando em aumento de temperatura, corrosão, que aliadas às partículas de carepa, resultam em desgaste, levando ao travamento ou queima do mancal.
Outro importante fator quando o lubrificante não atende às necessidades desta aplicação, é a ineficiência em não suportar mais que uma campanha de trabalho sem que haja a necessidade de sua substituição, que são efetuadas durante a operação de troca de cilindros nas oficinas, aumentando o custo com mão-de-obra (hora/homem), consumo de lubrificante e descarte.
Pensando nos fatores: temperatura, carga, resistência à lavagem por água, viscosidade do básico adequada à rotação das cadeiras, a Castrol desenvolveu as graxas Molub-Alloy 860 e Molub-Alloy 4080, formuladas com base mineral e sabão Complexo de Lítio com a tecnologia de micropartículas de sólidos, que fazem o preenchimento dos vales da rugosidade e distribuem uniformemente a carga, proporcionando menor fricção entre as superfícies em atrito.
Estes lubrificantes foram testados por mais de dois anos em vários laminadores nas mesmas condições para planos e longos, e os resultados foram bastante satisfatórios, tanto no tocante às exigências da aplicação, evitando que a água e carepa entrassem no mancal, como também estendeu de uma para dez campanhas o intervalo de lubrificação, chegando – em alguns casos – a até vinte e cinco campanhas. Além de trazer benefícios na operação, reduziu custos com lubrificante, descarte, mão-de-obra e substituição de rolamentos.
Porém, é preciso lembrar que, além do lubrificante de alta performance, existem alguns itens que devem ser avaliados para que se possa garantir o melhor desempenho nesta aplicação, como a análise da água de processo, condições dos rolamentos, posição da montagem dos retentores e a quantidade correta de lubrificantes a ser aplicado.
(*) José Elias Fiorotto é gerente de Aplicação da Castrol Brasil