São Paulo, 23 de dezembro de 2024

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28/02/2010

Consumo ajuda setor de máquinas a sair da crise

(*) Thomas Lee

(28/02/2010) – Não é preciso ser expert em teoria econômica para perceber que, em tempos de crise, muitas vezes a porta de saída está naquela onde se lê “Consumo”. Quanto maior for o demanda por um produto ou serviço, mais pessoas estarão interessadas em investir na sua fabricação. Assim é também com o setor de máquinas-ferramenta e equipamentos industriais.

Os incentivos fiscais dados pelo Governo Federal aos setores automobilístico e de linha branca, logo após a crise de 2008, colaboraram para manter em alta as vendas de carros, fogões, geladeiras e máquinas de lavar. Em consequência, 2009, que se previa ser um ano catastrófico para o setor industrial desses bens, acabou em uma agradável surpresa de 3.141.240 veículos comercializados, segundo a Anfavea, volume 11,4% superior a 2008 – um recorde histórico. Os dados disponíveis sobre a venda dos produtos de linha branca, cuja redução do IPI começou em 17/04/2009 e se estendeu até 30/01/2010, mostram alta de 22% até novembro, de acordo com a Eletros (Associação Nacional dos Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos) – apesar do fraco desempenho do primeiro trimestre.

Para os importadores de máquinas-ferramenta e equipamentos industriais, 2009 representou apenas a metade do volume financeiro movimentado em 2008 – cerca de US$ 1,2 bilhão. Duramente atingidos pela crise global no primeiro semestre, somente nos últimos quatro meses do ano conseguimos vislumbrar uma luz no fim do túnel. Com estoques elevados, o setor automotivo, nosso principal parceiro comercial, não teve outro recurso senão escoar primeiro o que já tinha produzido, para só depois elevar a produção em níveis que exigissem a compra de novas máquinas. Esse movimento se deu principalmente a partir de setembro, num ritmo que, embora lento, nos parece agora bastante seguro.

A tendência de alta permaneceu em janeiro, principalmente nos últimos 10 dias do mês, e continua firme em fevereiro. Devemos ultrapassar a média do último trimestre – de longe, o melhor período de 2009 – já entre março e abril. O setor de máquinas para plástico tem superado todas as expectativas, graças ao bom movimento do setor de embalagem, mais uma vez impulsionado pela alta do consumo.

Mesmo com o fim da redução do IPI para automóveis e produtos de linha branca, vamos ter um ano produtivo, pelo menos 50% superior a 2009. O comportamento da economia neste início de ano sustenta a projeção de 5% a 6% de alta para o PIB em 2010, o que só será possível com a ampliação e/ou renovação das plantas fabris.

A Techmei 2010 – Feira de Tecnologia de Máquinas e Equipamentos Industriais – que se realizará de 15 a 18 de março, no Pavilhão Vermelho, do Expo Center Norte, em São Paulo, deve confirmar esta tendência, com a retomada consistente dos negócios.

(*) Thomas Lee é presidente da Abimei (Associação Brasileira dos Importadores de Máquinas e Equipamentos Industriais)

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