(*) Fabio Eduardo Peake Braga
(23/08/2009) – No vertiginoso processo de inovação e desenvolvimento de novas tecnologias, veem-se cada vez mais artigos, apresentações e publicações sobre nanotecnologia. Todas as tecnologias atualmente conhecidas e aplicadas por nossa indústria receberão os benefícios da nanotecnologia, particularmente nos campos químicos, mecânicos e eletrônicos. Em poucos anos, veremos uma nova geração de produtos e processos mais limpos, mais leves, mais eficientes e mais econômicos através do trabalho e manipulação da matéria em escala menor do que 100 nanômetros (10-9 metro).
Já há várias aplicações em escala industrial de nanocompostos em peças de veículos e em materiais têxteis, utilizando propriedades de materiais na escala nano. É o caso do efeito lótus, baseado na observação da flor do mesmo nome, pelo qual impurezas e água não aderem à mesma. Esse efeito pode ser aplicado em materiais de revestimento de estofamentos e tapetes, em tubulações de ar-condicionado para impedir a formação de fungos, entre diversas outras aplicações.
Na manufatura já há diversas aplicações de nanocompostos, como é o caso da aplicação em escala nano em processos de proteção superficial pré-pintura de veículos e componentes, que ficam bem mais simples do que os tradicionais processos até hoje utilizados.
No caso da fabricação de produtos com compostos nano, um grande desafio da manufatura é o controle da qualidade em escala nano, durante o processo de fabricação. Em laboratório, há equipamentos e técnicas para isso, como microscopia óptica, microscopia eletrônica de transmissão e difração de raios-X, mas, na produção, há a necessidade de se determinar parâmetros do material ou do produto que indiquem de forma indireta a presença, a quantidade e a forma dos nano componentes na estrutura atômica e molecular dos materiais.
Os setores têxteis, de plásticos, eletrônicos e da medicina têm investido bastante na aplicação do conhecimento desenvolvido pelos principais institutos de pesquisa acadêmica sobre o assunto. A discussão do impacto que essa tecnologia de ponta terá na manufatura da indústria da automotiva e aeroespacial é da maior importância para que possamos nos preparar para o grande salto tecnológico que a nanotecnologia trará ao setor.
No XVIII Congresso e Exposição SAE Brasil, no dia 7 de outubro próximo, durante a Tarde da Manufatura, haverá painel específico sobre o tema, com diversos casos práticos de aplicação industrial da nanotecnologia em processos de manufatura.
(*) Fabio Eduardo Peake Braga é colaborador do Comitê de Manufatura do Congresso SAE Brasil 2009 e gerente de Relações Institucionais da entidade