São Paulo, 23 de novembro de 2024

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15/03/2006

Máquinas: setor cresce, mas 2006 está sob risco

Os números do setor de máquinas e equipamentos em 2005 são expressivos: o faturamento cresceu 19% em comparação ao exercício passado; as exportações aumentaram 24%. O faturamento total do setor deve chegar a R$ 56 bilhões. Mas o setor está receoso quanto ao desempenho no próximo exercício, já que o segundo semestre foi marcado pela desacelaração.

Os dados do quinto bimestre (set/out) de 2005 dão números à tendência de queda: o faturamento nominal do setor caiu 3,8% em relação ao bimestre anterior. Comparado a setembro, o movimento de outubro foi 6,7% menor.

Para o presidente da Abimaq, Newton de Mello, esse números representam um esfriamento da produção. “A queda do PIB nacional, que foi surpresa para muitos, só confirmou o que nós, do setor de máquinas e equipamentos, já sentíamos em nossas vendas”, diz, lembrando que em novembro enviou carta ao presidente reivindicando a mudança da política econômica.

Para o empresário, a queda é resultado de uma política econômica equivocada. “Se no início do governo aplaudimos as medidas da equipe econômica, hoje somos totalmente contrários a sua manutenção”, diz. Entre os fatores responsáveis pelo quadro atual cita o fato de o Banco Central ter olhos apenas para inflação e não atentar para outros aspectos da questão.

Para Mello, um dos principais equívocos da equipe econômica é a manutenção da excessiva taxa de juros. O atual patamar dos juros é responsável pela queda da taxa cambial. Mello explica: além de interferir nos custos, a taxa de juros “a mais alta do mundo”, atrai especuladores de todo o mundo, fazendo cair o valor do câmbio – o que acaba retirando a competitividade do produto brasileiro no exterior. Além disso, “com a valorização da moeda de 30% em um ano é impossível fazer qualquer tipo de planejamento. Reflexo disso é que alguns grandes projetos siderúrgicos previstos para o Nordeste estão sendo adiados”, frisa.

Outros fatores: contingenciamento de despesas e um tal voracidade tributária que sequer repassa aos governos estaduais os créditos de ICMS das exportações. “Esses são os fatores que se abateram sobre um setor que vinha demonstrando um movimento auspicioso”, diz Mello, lembrando que a indústria de máquinas e equipamentos está em processo de retomada do crescimento desde 1999.

Por enquanto, a Abimaq só enxerga apenas dois fatores positivos no próximo exercício: o renascimento da indústria naval e o de ser um ano eleitoral. A Petrobras vai precisar de pelo menos 30 petroleiros nos próximos 10 anos e os grandes produtores mundiais (China, Coréia e Japão) estão com a carteira tomada pelos próximos seis anos. Portanto, esses petroleiros devem ser produzidos localmente. Quanto ao fato de ser um ano eleitoral, pode contribuir para aliviar o contigenciamento de despesas.

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