Os negócios com a China, que tanto têm assustado empresários brasileiros, estão em ascensão. Mas ao contrário do que se poderia pensar o saldo da balança comercial é favorável ao Brasil. Em 2005 os negócios entre os dois países somaram US$ 12,1 bilhões (contra os US$ 9,1 bilhões de 2004). As exportações brasileiras fecharam o ano com o total de US$ 6,8 bilhões, com crescimento de 25,62% em relação a 2004. Já as importações de produtos chineses em 2005 cresceram mais, chegando a US$ 5,3 bilhões, com incremento de 44,27%.
O levantamento foi realizado pela Câmara Brasil-China de Desenvolvimento Econômico (CBCDE) a partir de dados da Secretária de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio.
De acordo com a Câmara Brasil-China, a balança comercial surpreendeu com um saldo positivo de US$ 1,4 bilhão, inferior, no entanto, a 2004 (US$ 1,7 bilhão) e 2003 (US$ 2,3 bilhões). Segundo o levantamento, a China manteve o posto de terceiro maior comprador dos produtos brasileiros, com participação de 5,78%, atrás dos EUA (18,99%) e Argentina (8,38%).
Para o presidente da Câmara Brasil-China de Desenvolvimento Econômico (CBCDE), Paul Liu, o comércio entre os dois países deve continuar a crescer. Para 2006, Liu prevê que a corrente comercial deva ficar entre US$ 14 e 15 bilhões de dólares, com crescimento de mais de 20%. “O Brasil poderia aproveitar melhor o crescimento chinês, que em 2005 foi de 9,8%. Além das commodities que já são embarcadas atualmente para a China, há espaço para outros produtos do agronegócio como carnes, frutas, açúcar e álcool”, aponta.
Mas Liu espera que a pauta de exportação vá além de produtos básicos. “Há setores que foram timidamente explorados como o de turismo. Em 2004, cerca de 22 milhões de chineses saíram pelo mundo em viagens internacionais, mas só 14 mil escolheram o Brasil (0,06%). E boa parte desses chineses não vieram fazer turismo diretamente. Muitos vieram em busca de negócios”, afirma Liu, que indica ainda o setor de serviços como outra oportunidade a ser explorada.
Saldo comercial positivo de US$ 1,4 bilhão