O Sistema Usiminas – maior complexo de aços planos da América Latina, no qual se destacam a Usiminas e sua principal controlada, a Cosipa – registrou, em 2005, lucro líquido recorde em sua história: R$ 3,9 bilhões. O número é 30% superior ao registrado em 2004. No 4º trimestre, o lucro líquido atingiu R$ 1,3 bilhão, com crescimento de 18% em relação ao mesmo período do ano passado.
Segundo o presidente da Usiminas e da Cosipa, Rinaldo Campos Soares, essa evolução foi favorecida não só por melhores preços médios verificados no período, mas também pelo rígido controle de custos e despesas e pela capacidade da Companhia em se adaptar às condições conjunturais de mercado. No âmbito externo, Campos Soares também destaca a oscilação no mercado internacional de aço, que experimentou, a exemplo do mercado doméstico, altos níveis de estoque de produtos siderúrgicos, desequilíbrio entre a oferta e demanda. Esse fenômeno gerou, por conseqüência, preços mais baixos, pressionando as margens das companhias. “Tais fatos não nos intimidaram e a nossa performance possibilitou o alcance do lucro líquido recorde. Estes resultados decorrem de um planejamento estratégico de longo prazo”, disse.
O Sistema Usiminas comercializou, em 2005, um volume total de 7,3 milhões de toneladas (67% no mercado interno e 33% para exportação), 9% inferior ao vendido em igual período de 2004. Em 2005, apenas dois setores consumidores de aços planos apresentaram desempenho positivo: o automotivo, por conta da excelente performance das vendas internas e das exportações da indústria automobilística; e o de tubos de grande diâmetro, que apresentou um expressivo volume de obras de dutos para a Petrobrás, principalmente no 1º semestre.
Dada a conjuntura dos mercados, a estratégia de comercialização do Sistema Usiminas contemplou um aumento das exportações e uma política de adequação no mercado interno, diante da situação de ajustes entre a demanda e oferta. Com isso, as exportações saltaram de 28% das vendas em 2004 para 33% das vendas em 2005.
PERSPECTIVAS – Para 2006, o Sistema Usiminas trabalha com perspectiva positiva. No âmbito externo, espera-se crescimento da economia dos EUA e a manutenção do ritmo de expansão dos países da Ásia, notadamente a China e Ãndia. Prevê-se que o mercado de produtos siderúrgicos deverá apresentar um comportamento mais estável em termos de volumes e preços, estes ainda em patamares elevados em função da pressão sobre os custos de importantes matérias-primas. Mesmo com a previsão de crescimento da demanda internacional, a capacidade de produção deverá ser suficiente para manter o equilíbrio de preços. A China, que já mostra sinais de novo ajuste de estoques, com tendência de alta gradual nos preços, continuará exercendo papel de preponderância no comércio internacional.
Já no âmbito interno, em um ambiente de preços estáveis e estoques normalizados, estima-se que a demanda por aços planos no país deverá crescer 9%. O setor automotivo deverá ser impulsionado pela crescente produção das montadoras; o setor industrial também poderá apresentar resultado favorável, com destaque para os setores de máquinas e equipamentos, áreas de petróleo e energia elétrica, indústria naval, de utilidades domésticas, máquinas rodoviárias, agrícolas e tratores, bem como o segmento eletrônico; o setor de distribuição poderá ser influenciado pelo movimento de redução de estoques e incremento da demanda a partir do 2º trimestre; já os setores de tubos de pequeno diâmetro, móveis e construção naval também apresentam boas perspectivas.