Há cerca de um ano um grupo de 10 empresas fabricantes de produtos em aço inox de Lambari (MG) se reunia pela primeira vez. Nascia então o “Projeto Aço Inox na região de Lambari”, que visava diminuir os custos das dez empresas de equipamentos em aço inox, em 11%, e aumentar as vendas, em 10%, até o fim de 2007.
Hoje as indústrias atuam juntas em momentos estratégicos e por iniciativa própria. “Negociando com uma transportadora que trazia matéria-prima para Lambari conseguimos cortar pela metade o custo do transporte”, comemora o empresário Elson Teixeira. A economia alcançada com a primeira entrega conjunta animou os empresários para outras ações comuns, com a negociação com um fornecedor de peças. Desta vez, a economia foi de 25%. “O projeto deu o empurrão e a gente embalou”, diz Elson Teixeira.
Juntos e com o apoio do Sebrae eles também já conseguiram junto ao Bradesco linhas de crédito especiais. O espírito de cooperação fez com que as indústrias dividissem até clientes. “Quando estou com muitos pedidos, entro em contato com outra empresa para me ajudarem. O importante é que a encomenda fique em Lambari”, ensina Teixeira. “O mercado não é mais o mesmo de 20 anos atrás. O empresário cabeça-dura pode até sobreviver, mas fica difícil crescer se não tiver união”, acredita o empreendedor de apenas 26 anos.
Teixeira faz parte de uma segunda geração de empresários do aço inox na cidade e comanda com sucesso, junto com o irmão, os negócios iniciados pelo pai. A empresa fatura hoje 12 vezes mais que há cinco anos. O número de funcionários aumentou de quatro para 30 e a modernização do maquinário também garantiu maior produção. “Começamos como todos, com equipamentos para laticínios. Depois expandimos para as áreas química e hidromineral. Agora estamos entrando no setor de cosméticos e vamos abrir uma empresa para fabricar móveis em inox”, conta o empresário.
A diversificação livrou a empresa da concorrência excessiva, já que são poucas as empresas brasileiras que fabricam equipamentos para mineração de água, por exemplo. Aumentar o leque de produtos também ajudou a diminuir o impacto das flutuações do mercado. “Há poucos anos o ramo de laticínio estava em crise e a demanda diminuiu. Agora já melhorou de novo”, relata Teixeira.
“O grupo cresceu bastante desde o começo do projeto, que não tem nem um ano”, avalia Débora Rabelo, coordenador do Projeto. Em 2005 a organização da produção e a gestão financeira receberam o apoio de consultores especializados. “Eles vão às empresas, orientam e passam tarefas para serem realizadas. Quem efetivamente aplica as orientações é o empresário”, explica Débora. Para este ano as consultorias continuam e o grupo também vai participar de feiras, uma oportunidade de ampliar mercado.
Fonte: Eliza Caetano – Sebrae