O presidente da Abimaq, Newton de Mello, encaminhou documento na semana passada, ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, solicitando o veto à Medida Provisória 281. Aprovada ontem pelo Senado, a medida que isenta de Imposto de Renda as aplicações de investidores estrangeiros em títulos brasileiros, segue para sanção presidencial.
Para Newton de Mello, ao ser editada em março, a medida resultou em ganho adicional de 15% dos papéis brasileiros. “Essa rentabilidade provocou, ato contínuo, o ingresso de US$ 6,8 bilhões em aplicações financeiras. Como conseqüência, o real sofreu apreciação ainda maior, gerando fortíssimos prejuízos aos setores produtivos brasileiros, que perdem competitividade externa e no mercado doméstico, caminhando para grave crise econômica com irreversíveis reflexos sociais”, afirma.
Segundo o empresário, o setor de máquinas e equipamentos é um dos afetados. “A agricultura brasileira, especialmente a do Sul e Centro-Oeste do País, está sendo devastada pela depreciação da cotação do dólar desde meados de 2004. Outros setores industriais importantes, como o de calçados e tecidos, já estão inviabilizados”.
O dirigente empresarial alertou ainda para a extensão dos processos de desnacionalização do setor de autopeças, de suspensão das exportações da indústria moveleira e o forte crescimento de importações de brinquedos. “Esses são apenas alguns exemplos dos impactos negativos da situação cambial na indústria manufatureira do País. Por essas razões, com o veto à medida o governo estará preservando empresas e empregos no País”, concluiu o presidente da Abimaq.