Nos últimos anos, com a divulgação da intenção de siderúrgicas multinacionais de investir no Nordeste, em especial no Maranhão, esperava-se que a região se transformasse no maior parque siderúrgico do País. Alguns desses projetos já foram descartados, outros ainda não saíram da fase de estudos, e o foco dos investimentos do setor parece ter tomado outro rumo: o Estado do Rio de Janeiro.
Estão previstos vários investimentos no setor siderúrgico fluminense, num volume superior a US$ 10 bilhões. A escala também mudou: o governo do Rio de Janeiro avalia que o Estado se transformará “no maior parque siderúrgico da América Latina”.
De acordo com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Rio de Janeiro, grandes empresas do setor como CSN, Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA), Gerdau, Votorantim Metais e EBX, atraídas pelos programas estaduais de incentivos fiscais, já apresentaram grandes projetos de investimentos.
O maior investimento é o da CSA, consórcio formado pela Companhia Vale do Rio Doce e o grupo alemão ThyssenKrupp Steel. As empresas têm protocolo assinado com o governo estadual e estima-se que serão investidos US$ 2,4 bilhões.
O Grupo Gerdau investirá R$ 1,4 bilhão, até 2007, para a ampliação da capacidade produtiva da Gerdau Cosigua e na construção da nova usina de aços especiais. A produção das duas unidades saltará de 1,2 milhão de t/ano para 2,6 milhões de toneladas.
Ainda de acordo com o governo estadual, a CSN investirá US$ 3,6 bilhões na construção de quatro alto-fornos, dois deles “imediatamente” em Itaguaí, e os outros se encontram em fase de negociação.
O grupo EBX negocia com o governo estadual a construção de dois projetos que somados produziriam 3 milhões de t/ano.
Já a Votorantim deve investir R$ 780 milhões na ampliação da Siderúrgica Barra Mansa, que produz 400 mil toneladas/ano. Além disso, assinou convênio de cooperação técnica com o Governo do Estado para instalação de usina em Resende, onde devem ser investidos R$ 1,1 bilhão. Com a implantação da nova usina siderúrgica, o grupo Votorantim passará a produzir no Estado do Rio 1,68 milhão de toneladas de aço por ano, volume somado ao da usina de Barra Mansa.
Com os novos investimentos, a produção siderúrgica do Estado do Rio de Janeiro triplicará, saltando de 7 milhões de t/ano para cerca de 22 milhões de t/ano. Em 2005, a produção de aço bruto brasileiro totalizou 31,6 milhões de toneladas e ocupa a nona posição no ranking mundial, com o Rio de Janeiro sendo o segundo produtor do Brasil, perdendo para Minas Gerais, segundo dados do Instituto Brasileiro de Siderurgia (IBS). Na terceira posição fica São Paulo, com 5,6 milhões de toneladas, e, na quarta, Espírito Santo, com 5,2 milhões de toneladas.