30/07/2006 – A fábrica da Cross Hueller, de Diadema (SP), está ampliando sua linha de produtos. Já está em produção um novo modelo, o BlueStar 6, centro de usinagem horizontal de grande porte, que vem se somar às linhas seriadas BlueStar 5 e BlueTurn, além das máquinas especiais.
“Iniciamos a produção da BlueStar 6 e devemos ter a primeira máquina made in Brasil até o final do ano”, informa Roberto Michael Schaefer, diretor-presidente da Cross Hueller do Brasil. “Queremos oferecer esta linha no mercado brasileiro e também para exportação. A idéia é fazer da planta brasileira a base de fornecimento para as Américas com esta linha de equipamentos”.
Os investimentos realizados nos anos de 2004 e 2005, para a introdução da linha BlueStar 5, foram suficientes para produzir o novo modelo. A linha BlueStar, que marcou a entrada da Cross Hueller (então ThyssenKrupp Metal Cutting) no segmento de máquinas seriadas, é produzida apenas nas fábricas do Brasil e da Alemanha.
O centros BlueStar se caracterizam pela versatilidade, robustez e confiabilidade. O novo modelo tem base monobloco; motofuso de 10 mil ou 15 mil rpm; torque de 970 Nm; paletes de 630×630 mm; mesa giratória ou mesa NC de 360 posições; magazine de 40 – 140 ferramentas; opções para equipamentos de refrigeração; possibilidade de fixação hidráulica; duas opções de assento de ferramenta (HSK 100 ou SK 50); diâmetro e comprimento máximos de ferramenta de 450 mm. O tempo cavaco a cavaco é de 4s. “Com índice de nacionalização de 70%, os centros da linha BlueStar podem ser financiados pela Finame”, informa, lembrando que a máquina pode ser equipada com os comandos Siemens ou Fanuc.
Schaefer comenta que, no momento, após a filial obter excelentes resultados nos exercícios de 2004 e 2005, os negócios estão abaixo do planejado. Em sua opinião, isto se deve às altas taxas de juros e à queda do dólar, que reduziram o nível de investimentos das empresas no Brasil, além de inviabilizar as exportações brasileiras. “Hoje, estamos menos competitivos não apenas frente a mercados emergentes, mas incrivelmente também na Europa e EUA, historicamente mais caros do que nós”, diz. O executivo acrescenta ainda que esses mesmos fatores “estão favorecendo a penetração de produtos importados com preços muito competitivos, porém muitas vezes com baixo conteúdo tecnológico e nenhum tipo de assistência técnica”.
Para Schaefer, esse quadro é extremamente negativo para a indústria brasileira como um todo. Enquanto praticamente todos os países colocam barreiras e mantém artificialmente suas moedas para proteger a indústria local, “nossos governantes não tomam nenhuma atitude. Estamos prevendo, se mantida essa política, a gradativa desindustrialização do nosso país”.
Se a perspectiva para 2006 não é das melhores, Schaefer demonstra otimismo com 2007. “Temos vários projetos em andamento com possibilidades de gerar boa carteira para 2007”, afirma. O diretor observa que a empresa mantém seus planos de crescimento no Brasil, porém agora com ênfase no pós-venda, no sentido de oferecer aos clientes total apoio e novas ferramentas de controle para que possam produzir da maneira mais econômica possível, procurando apoiá-los para serem cada vez mais competitivos frente ao mundo globalizado. “Não queremos ser simplesmente um fornecedor de equipamentos, mas parceiros interessados em contribuir no bom resultado de nossos clientes”.