(01/02/2021) – A indústria de máquinas e equipamentos registrou alta de 5,1% no ano de 2020 na comparação com o ano anterior, segundo o balanço divulgado pela Abimaq na quarta-feira passada. As vendas no mercado doméstico, em contraste com a queda nas exportações, sustentaram o crescimento. Os melhores desempenhos foram obtidos nos segmentos de máquinas agrícolas, máquinas para infraestrutura, máquinas para embalagens e máquinas para a indústria farmacêutica.
José Velloso, presidente-executivo da Abimaq, considerou o resultado expressivo, levando-se em conta os desafios enfrentados em 2020. Ele lembrou que, em outubro, já se esperava um desempenho positivo no ano, pois os números já eram similares aos do ano anterior e novembro e dezembro de 2019 haviam sido muito ruins para o setor. “Fechamos 2020 bem, ainda que as exportações – que historicamente representavam 1/3 do nosso faturamento – tenham caído 23,7%. As vendas no mercado interno cresceram 11%”, observou.
Velloso destacou ainda que, apesar da queda no ano, as exportações apresentaram ótimo desempenho em dezembro, com crescimento de 30,7%, em relação ao mês anterior. Foi o primeiro mês de alta nas vendas externas desde o início da pandemia, segundo os dados da Abimaq. Esse aumento trouxe a esperança de retomada das exportações do setor, mas para Velloso ainda é preciso mais um ou dois meses para uma avaliação mais precisa. “Precisamos esperar mais para ter uma certeza, mas foi uma recuperação importante, tendo como principal destino os Estados Unidos”.
Os números referentes ao nível de emprego também merecem destaque. O setor fechou 2020 com 326,5 mil empregados, quase 24 mil empregos acima do observado ao final de 2019. “A forte recuperação na produção dos setores fabricantes de máquinas-ferramenta, máquinas agrícolas, reservatórios metálicos e determinados componentes explicam este aumento”, informa o balanço da Abimaq. “A continuação das contratações dependerá da expansão da capacidade instalada nos próximos meses”.
2021 – A expectativa da entidade para 2021 é positiva. As previsões apontam para um crescimento de 6,9% no faturamento líquido do setor e uma expansão de 5% no volume de produção. Cristina Zanella, diretora executiva de Economia, Estatística e Competitividade da Abimaq, lembra que estes números ainda não podem ser considerados oficiais, o que só deverá ocorrer após a divulgação do PIB de 2020.
A gerente também informou que a entidade realizou uma sondagem com seus associados sobre investimentos. De acordo com o levantamento, no ano passado, os fabricantes de máquinas e equipamentos só realizaram 60% dos investimentos previstos. “Para este ano, a previsão é de aumento nos investimentos, com foco principal em modernização tecnológica, [diferente de anos anteriores] quando investimentos estavam mais centrados em reposição de máquinas depreciadas”.