São Paulo, 23 de dezembro de 2024

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16/09/2017

5 tendências para o futuro da manufatura


(*) François Barbier

(17/09/2017) – A manufatura voltou a ser um tema atual e passa pela maior mudança da indústria em mais de cem anos. Os empregos nacionais sumiram em muitos países com a globalização, a externalização da produção talvez esteja recuando para locais mais próximos e a automação ameaça substituir mais trabalhadores a cada dia. A maneira de construirmos e entregarmos as mercadorias e os produtos que movem nossas economias e nossas vidas nunca mais será a mesma.

Como explica o professor Klaus Schwab no livro “A Quarta Revolução Industrial”, estamos no meio de mais uma revolução industrial – nossa quarta. A primeira revolução industrial ocorreu no final do século XVIII (fábricas); a segunda, no início do século XX (automóveis); e terceira, após a Segunda Guerra Mundial (computadores). Como resultado dessas revoluções, produtos são manufaturados mais rápida e consistentemente, e os produtos que somos capazes de desenvolver estão cada vez mais complexos e valorizados pelos consumidores.

A revolução industrial que estamos vivenciando agora, usualmente chamada de Indústria 4.0, é promovida por avanços que incluem manufatura inteligente, robótica, inteligência artificial e a Internet das Coisas (IoT, na sigla em inglês). Além de instigar a indústria manufatureira a investir US$ 267 bilhões em IoT até 2020, a Indústria 4.0 está revolucionando a manufatura em cinco dimensões:

1. Enxergar à frente – em 360º

Novas ferramentas estão permitindo que as companhias criem e testem situações no mundo virtual, a fim de simular o processo de design e a linha de montagem antes de um produto de fato ser criado. Simular a fase de criação de produtos ajuda a reduzir o tempo de manufatura e garante que o processo fabril resulte no que as empresas pretendiam criar. Na Flex, também estamos usando soluções de realidade aumentada para assistência remota, fazendo com que pessoas em diferentes lugares do mundo se conectem em tempo real e solucionem problemas juntas. Isso permite que um engenheiro na China consulte um engenheiro nos Estados Unidos a respeito de uma questão técnica e receba respostas em tempo real por meio de óculos de Realidade Aumentada (RA), agilizando a solução do problema e reduzindo significativamente os custos com viagens.

2. Visualizar a quarta onda – em 3D

Também marcante no mundo da manufatura é a impressão 3D, que possibilita a criação direta de produtos tangíveis usando uma única máquina. Essa é uma mudança fundamental, pois oferece muito mais possibilidades de desenhar um componente. Em uma dada categoria de produtos em que normalmente são necessárias seis peças, a impressão 3D pode atingir o mesmo resultado em uma única peça sem processos adicionais, tais como soldagem e aparafusamento.

A impressão tridimensional reduz o desperdício, pois recicla o plástico, e também o tempo de espera para substituição e transporte de peças. Suas consequências na produção em massa são várias, possibilitando avanços em produtos que vão desde brinquedos até equipamentos médicos.

3. Manufatura avançada – em piloto automático

A automação é outro aspecto vital do futuro da indústria. Aproximadamente 50% dos processos de manufatura da Flex já estão completamente automatizados. A automação possibilita níveis de acuidade e de produtividade que estão além da capacidade humana – até mesmo em ambientes que seriam considerados inseguros para seres humanos. A nova geração da robótica é muito mais fácil não só de programar como também de usar, com capacidades como reconhecimento de voz e imagem que recriam tarefas complexas desempenhadas por humanos. Outra vantagem dos robôs é que eles fazem exatamente o que se pede para fazer – nada mais, nada menos. E, embora a automação elimine alguns dos trabalhos mais chatos da manufatura, também cria novos empregos para uma mão de obra requalificada, o que será discutido abaixo.

4. Construir fábricas inteligentes – na nuvem

Além da robótica e da realidade virtual, os ambientes fabris também estão impulsionando avanços relativos a computação na nuvem e sensores inteligentes. Sensores inteligentes podem realizar tarefas como conversão de dados em diferentes unidades de medida, comunicação com outras máquinas, registro de estatísticas e de feedback, e desligamento de equipamentos caso surjam questões de segurança ou desempenho. Funcionando na IoT, podem rastrear e analisar quotas de produção, consolidar salas de controle e criar modelos de manutenção preditiva.

A IoT nos permite obter a informação certa no momento certo para tomar as decisões certas, como se fosse um velocímetro que mostra a velocidade com que você está dirigindo em comparação com sua velocidade ontem. A computação na nuvem permite que empresas extraiam e analisem informações que afetam a linha de produção. Os dados de realidade aumentada e virtual, bem como mais feedback dos clientes, terão um impacto substancial em pesquisa e desenvolvimento, dando aos consumidores mais coisas que querem, com mais velocidade e a custos mais baixos – um sistema que, por fim, estimulará a inovação.

5. Robôs em alta – gerenciados por humanos

Construir um setor manufatureiro melhor com realidade aumentada e virtual, robótica, análise de dados e equipamentos inteligentes naturalmente provoca uma dúvida importante: como será a mão de obra na Indústria 4.0? Embora ainda haja desafios consideráveis pela frente, a perspectiva é boa – apesar da preocupação óbvia com a substituição de trabalhadores por robôs. A maior parte da automação é usada para trabalhos que seriam considerados inseguros ou impossíveis para humanos. Isso faz dos robôs um complemento aos trabalhadores humanos, e não um substituto. Graças aos robôs, conseguiremos aumentar nossa produção.

Ainda precisamos de pessoas que possam gerenciar novas operações e robôs, programá-los e fazer sua manutenção. Assim como houve uma mudança do trabalho agrícola para o fabril no início do século XX, quase qualquer setor precisará de novos tipos de trabalhadores: os que saibam construir hardware, software e firmware; os que possam projetar a automação e a robótica; e os que consigam se adaptar e cuidar de novos equipamentos. Cerca de 15 milhões de novos empregos serão criados nos Estados Unidos na próxima década como resultado direto da automação e da inteligência artificial, o equivalente a 10% da mão de obra do país, segundo estimativas da Forrester Research – muito embora a tecnologia também vá provocar desemprego.

A maior eficiência pode indicar um futuro brilhante para a indústria americana. A mudança para a manufatura inteligente economizará recursos de nossas corporações e se traduzirá em lucros maiores, mais empregos e economias mais saudáveis. Conforme nossas máquinas adentrarem uma era mais complexa, nossos trabalhadores e produtos também o farão, conduzindo simbioticamente uma nova era de produção.

(*) François Barbier é presidente de Operações e Componentes Globais da Flex. Este artigo foi publicado originalmente no blog Agenda, do Fórum Econômico Mundial.

Fonte: GE Reports Brasil

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