(19/04/2009) – Nesta quarta-feira, dia 22 de abril, às 14 horas, no Auditório Castelo Branco da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing), o pesquisador Richard Barbrook (vencedor do Prêmio Marshall McLuhan de Ecologia de Mídias 2008), da Universidade de Westminster (Londres), participará de palestra e lançamento do livro “Futuros Imaginários – Das máquinas pensantes à aldeia global”, lançamento da Editora Peirópolis. A obra aborda o desenvolvimento da tecnologia por seu viés político, avaliando quais foram as forças que a moldaram e qual é a repercussão social disso.
O autor começa o livro relembrando fatos de sua infância: aos seis anos, seu pai, um entusiasta do ideário norte-americano, o levou à Feira Mundial de Nova York de 1964 para conhecer o futuro prometido pela potência em ascensão, um futuro que incluía do turismo a bordo de maravilhosos foguetes espaciais a robôs para lavar as louças. Com boa dose de ironia, o autor mostra, a partir do resgate de sua memória, como os EUA se muniram destas promessas para justificar investimentos bélicos e produzir uma tecnologia da informação para a Guerra Fria que acabou por moldar a Internet.
Barbrook destrincha cada passo do desenvolvimento tecnológico, dialogando com o contexto histórico mundial, pensamento político e econômico do período. O campo científico, que criou conceitos hoje populares como “aldeia global” e “cibercultura”, supostamente neutro e imparcial, é aqui colocado em xeque. Afinal, o que levou os cientistas a desenvolverem suas pesquisas? A quais interesses estavam ligados? Quais eram suas motivações? Em que acreditavam?
No entanto, a análise crítica, muitas vezes ácida e radical de Barbrook, não tem apenas a denúncia como objetivo. Ao relacionar ciência, tecnologia, economia, política, história e comunicação de massa, convida as novas gerações a se apropriarem e utilizarem a mais poderosa ferramenta política do mundo, a Internet, como forma de resistência ao sistema. “Se nós não queremos que o futuro seja o que ele costumava ser, precisamos inventar o nosso próprio futuro, verdadeiramente revolucionário”, afirma.
Além de ser uma obra única pela abordagem escolhida, “Futuros Imaginários” é o primeiro título em língua portuguesa de Richard Barbrook. Sua tradução foi realizada pelo grupo A Classe do Novo, cujos integrantes se reúnem também na Oscip Descentro, que recebeu do autor os direitos autorais, administrados pelo princípio do software livre e creative commons, para que possam realizar ações no Brasil sintonizadas com os ideais e objetivos do seu trabalho.