São Paulo, 23 de dezembro de 2024

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14/05/2016

A ressurreição da indústria brasileira


(*) Engº Alfredo Ferrari

(15/05/2016) – Após um longo período de redução drástica nos investimentos no país, que provocou um profundo processo de desindustrialização em face da crise política e econômica determinada pelo desempenho desastroso do governo que acaba de chegar ao seu final, começa a surgir uma luz no fim do túnel para que se inicie a retomada da economia e dos investimentos.

O início de um novo governo, que será supostamente formado por uma equipe de pessoas competentes, confiáveis e éticas, irá devolver o clima de confiança para a população voltar a consumir e o empresariado a investir.

Com a melhora do índice de confiança do consumidor e do empresário, em face de um novo governo eficiente, além da queda da inflação, dos juros, e com a expectativa da estabilização do câmbio num patamar de R$ 3,6 a 4,0 em relação ao dólar norte-americano, os bons ventos indicam que os projetos de novos investimentos começam a sair da gaveta.

 Por outro lado, a vasta indústria nacional tem a capacidade de se recuperar prontamente, como já ocorreu em diversas outras crises no passado, apesar desta ter se mostrado a mais severa da história do país. Tradicionalmente, toda recuperação, após períodos de dificuldades econômicas, acontece com os investimentos voltados para a modernização da produção na base de modernas tecnologias, buscando obter maiores produtividade e rentabilidade, além de melhor qualidade dos produtos. Com isto, as empresas passam a ser mais competitivas, tanto no mercado doméstico como nas exportações.

Apesar de já existirem muitas empresas praticando a aplicação de modernas tecnologias na área da manufatura, o vasto parque industrial brasileiro, concentrado nas pequenas e médias empresas, precisa ser remodelado. Estas empresas precisam saltar dos métodos convencionais de produção para aqueles informatizados. Desenvolvimento de produtos e controle de produção através de programas digitais, além de linhas de produção com a utilização de máquinas-ferramenta CNC, serão as bases dessa evolução tecnológica para essas empresas.

Por outro lado, indústrias que já atingiram um nível mais evoluído em suas linhas de produção deverão investir em células automatizadas e flexíveis de manufatura avançada. Estas considerações puderam ser constatadas recentemente por ocasião da Feimec 2016 – Feira Internacional da Indústria de Máquinas e Equipamentos – ocorrida no novo pavilhão São Paulo Expo, pelo considerável número de visitantes qualificados e ansiosos para progredir, e pelo arsenal de máquinas, equipamentos, acessórios e ferramentas, de elevado conteúdo tecnológico, apresentado pelos expositores.

Um destaque desse evento foi uma demonstração inédita no Brasil de uma Célula Flexível de Manufatura Avançada nos moldes do conceito da Indústria 4.0 e considerada uma das mais avançadas no mundo, em caráter didático, comprovando a elevada capacidade da engenharia brasileira. Este projeto foi realizado pela Abimaq – Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos – com a participação de 22 empresas e 150 engenheiros e técnicos.

Para garantir os novos investimentos que deverão ocorrer para modernizar o parque de máquinas do país, tornando-o eficiente e produtivo, linhas de financiamento, equivalentes àquelas praticadas internacionalmente, deverão ser disponibilizadas, para que haja isonomia e competitividade com os produtos estrangeiros.

A formação de mão de obra é outro ponto fundamental para se preparar engenheiros e técnicos para o aprendizado das novas tecnologias no campo da informatização da manufatura, desde o projeto do produto até o controle da produção, através da aplicação de equipamentos digitalizados, como máquinas-ferramenta CNC e outros equipamentos que possam ser integrados a estas máquinas, para realizar operações automatizadas e flexíveis. As instituições de ensino devem investir em modernos equipamentos para compor os seus laboratórios, além de estarem próximas às indústrias que produzem os equipamentos voltados para as novas tecnologias, mantendo-se atualizadas, em face da rápida evolução tecnológica que vem ocorrendo no mundo da manufatura industrial.

O país vivencia um momento decisivo com a possibilidade de criar um novo ambiente para estimular investimentos na produção e a criação de novos empregos. Para tal, a sociedade brasileira deve dar um crédito aos novos caminhos que venham ser definidos pelo governo federal e apoiá-lo para superar rapidamente essa profunda crise política e econômica que assola por longo tempo o país. Só assim, veremos a ressurreição da indústria brasileira.

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(*) Alfredo Ferrari é engenheiro mecânico e vice-presidente da Câmara Setorial de Máquinas-Ferramenta e Sistemas Integrados de Manufatura da Abimaq.

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