São Paulo, 24 de dezembro de 2024

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07/11/2015

A importância da indústria de máquinas-ferramenta

(*) Carlos Pastoriza

(08/11/2015) – É inadmissível imaginar um país de dimensões continentais gigantescas e uma população com mais de 200 milhões de habitantes, como o Brasil, sem uma indústria pujante de bens de capital e, em particular, de máquinas-ferramenta. É uma questão estratégica para um país ter a sua própria indústria de máquinas-ferramenta, a fim de garantir a manufatura de bens duráveis para o seu consumo e para as suas exportações. A sustentabilidade, assim como o desenvolvimento e o equilíbrio econômico de um país, são resultado da sua capacidade de produzir e suprir de forma competitiva o consumo e, para isso, os bens de capital são imprescindíveis.

A economia de um país não pode depender, somente, da produção e exportação de seus produtos primários. A sua riqueza está, além da exploração e comercialização de suas abundantes commodities, na produção de bens duráveis que agregam valor, através da aplicação de tecnologia e inovações.

O Brasil se projeta no mercado internacional como um tradicional fabricante de bens de capital, detentor de uma vasta experiência no desenvolvimento e produção de máquinas e equipamentos de alta qualidade e desempenho, entre eles, as máquinas-ferramenta, que além de suprir a demanda local, também são fornecidas para países com elevada exigência tecnológica, como os Estados Unidos da América, Alemanha e muitos outros da Europa.

A indústria de máquinas-ferramenta brasileira está capacitada para atender as necessidades de produção no país, com elevado conteúdo tecnológico. Por outro lado, essa indústria, também, conta com o fornecimento de máquinas-ferramenta importadas, quer seja para atender picos de demanda ou para suprir equipamentos com características não produzidas no país. Neste último caso, existem os “ex-tarifários”, que desoneram as suas importações. A importação de máquinas-ferramenta deve ser entendida como um canal aberto, porém dentro de um ambiente econômico sadio, tendo com base um câmbio justo e em condições comerciais isonômicas como aquelas aplicadas nos países dos seus concorrentes internacionais.

O engajamento da indústria nacional junto aos mais diversos programas de comercialização e de inovação, envolvendo universidades e entidades fomentadoras, contribuiu muito para o fortalecimento e a rápida evolução das máquinas e equipamentos fabricados no Brasil nos últimos anos. O setor de bens de capital brasileiro atingiu um patamar de diversificação de equipamentos, atrelado à tecnologia de ponta que permite aos mais variados setores se manterem atualizados, utilizando máquinas nacionais com alta tecnologia, produtividade e qualidade, contribuindo para o aumento da competitividade brasileira. Nesse contexto, o BNDES vem exercendo um papel de extrema importância no fomento da indústria nacional, oferecendo linhas de financiamento, tanto para o desenvolvimento de novos equipamentos, através da inovação, quanto para a aquisição de máquinas, que irão contribuir para a sua competitividade de forma sustentável.

(*) Carlos Pastoriza é presidente do Conselho de Administração da Abimaq / Sindimaq

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