(13/10/2013) – No último dia 7 de outubro, a Ford comemorou os 100 anos da linha de montagem de automóveis em série, uma criação de Henry Ford e seu time na fábrica de Highland Park e hoje considerado uma das grandes contribuições para o avanço da manufatura. A primeira linha de montagem móvel simplificou a montagem dos 3.000 componentes do Ford Modelo T, distribuindo-a em 84 etapas executadas por grupos de trabalhadores, enquanto uma correia puxava o chassi dos veículos ao longo da linha.
O processo revolucionou a produção e diminuiu o tempo de montagem dos veículos de 12 horas para cerca de 90 minutos. Reduzindo o custo, o tempo e a mão de obra necessários para construir os carros, com o aprimoramento da linha de montagem através dos anos, Ford conseguiu baratear o preço do Modelo T de US$ 850 para US$ 300. Pela primeira vez na história, veículos de qualidade eram acessíveis para as massas. Em 1927, Ford produzia um Modelo T a cada 24 s e vendeu mais de 15 milhões em todo o mundo – metade de todos os automóveis somados na época.
“A nova abordagem da Ford se espalhou rapidamente, não apenas entre outros fabricantes de carros mas também entre os produtores de fonógrafos, aspiradores, refrigeradores e outros bens de consumo”, diz Bob Casey, ex-curador do Museu Henry Ford e autor do livro O Modelo T: um Século de História. “A linha de montagem tornou-se o modo de produção característico da América.”
“Os princípios básicos de Henry Ford relativos à qualidade dos componentes, fluxo de trabalho, divisão do trabalho e eficiência continuam atuais”, diz John Fleming, vice-presidente executivo de Manufatura Global da Ford. “Usando essa tradição, estamos acelerando os esforços para padronizar a produção e tornar as fábricas mais flexíveis, com tecnologias avançadas para oferecer veículos melhores e com maior valor para nossos consumidores em todo o mundo.”
Henry Ford expandiu rapidamente o seu conceito de linhas de produção para várias partes do mundo, incluindo o Brasil. Em 1919, autorizou o início da produção do Modelo T e, em 1921, construiu a primeira linha de montagem brasileira em série na Rua Solon, no bairro do Bom Retiro, em São Paulo.
A montadora informa que está desenvolvendo novas tecnologias que podem mais uma vez revolucionar a produção em massa nas próximas décadas, ganhando poder de adaptação para atender às variações da demanda. Até 2017, praticamente todos os veículos Ford serão produzidos com nove plataformas, aumentando a eficiência da manufatura – hoje, a montadora utiliza 15 plataformas de veículos.
Novas Tecnologias – A Ford ressalta que está envolvida no desenvolvimento de diversas novas tecnologias. Seus engenheiros patentearam, por exemplo, tecnologiaaltamente flexível para moldar peças de metal de baixo volume com rapidez. Conhecida como F3T (Ford Freeform Fabrication Technology), reduzirá os custos e o tempo de produção de peças estampadas para protótipos, de dois a seis meses para três dias úteis.
Ao mesmo tempo, a Ford está ampliando a utilização da impressão 3D para produzir componentes de protótipos e investindo em inovações robóticas para aprimorar a qualidade e a eficiência da produção. Além disso, por meio da “fábrica virtual”, a companhia pretende melhorar a qualidade e cortar custos das fábricas no mundo real.
“Tecnologias como a impressão 3D, robótica e manufatura virtual estão moldando a manufatura do futuro”, diz Paul Mascarenas, vice-presidente de Pesquisa e Inovação da Ford. “Usamos o espírito de inovação de Henry Ford como referência para introduzir novas tecnologias no processo de manufatura.”