(24/11/2024) – O crescimento industrial no mês de setembro, que chegou a +1,1% e ajudou na obtenção de mais um trimestre positivo, pode perder o ímpeto devido à nova fase de elevação da Taxa da Selic pelo Banco Central, que passou de 10,50% ao ano para 10,75% em setembro e para 11,25% ao ano neste mês de novembro.
A avaliação é do Iedi – Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial que teme ainda a previsão de analistas de mercado, segundo quem este ciclo de alta pode superar 13% ao ano em 2025.
Não por acaso, de acordo com a entidade, diante desta perspectiva, indicadores de confiança de empresários da indústria apresentaram declínio em outubro, passando para a região de pessimismo em alguns casos.
Os macrosetores produtores de bens duráveis, sejam eles para investimento ou para consumo, tendem a ser os mais prejudicados pela nova fase de elevação da Selic. Isto, quando se trata da parcela da indústria cujos mercados foram bastante dinamizados pela queda dos juros entre agosto do ano passado e maio deste ano.
A expansão industrial, contudo, foi mais ou menos disseminada neste período. Além do ganho de robustez, a distribuição do crescimento também progrediu. No primeiro trimestre deste ano, 64% dos ramos industriais registraram ampliação da produção em comparação com o mesmo período do ano passado, parcela que subiu para 76% no segundo trimestre e para 80% no terceiro.
Além disso, 16 dos 25 ramos acompanhados pelo IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística se saíram melhor entre julho e setembro deste ano do que no período abril- junho, notadamente metalurgia, que deixou de cair, mas também produtos de metal, borracha e plásticos, produtos químicos e veículos, entre outros.
Pode haver, entretanto, alguns fatores mitigadores dos efeitos negativos iniciais desta reversão da política monetária. Para bens de capital, é o caso do programa de depreciação acelerada, recentemente regulamentado pelo governo, e também da disponibilidade de linhas de financiamento do BNDES. Para bens de consumo, o impacto pode ser atenuado pela atual fase de vigor do mercado de trabalho.