(17/11/2024) – Fundada há uma década, a Legado Usinagem é especialista no desenvolvimento de ferramentais e peças metálicas de alta precisão para os setores aeronáutico, espacial, defesa e eólico. De origem familiar, a empresa foi criada para atender as demandas destes setores, fornecendo soluções turnkey de engenharia e manufatura para o mercado de máquinas-ferramenta de alta complexidade.
Atualmente, a companhia tem 80% de seu faturamento concentrado nos setores aeroespacial e de defesa. Para os próximos anos, a Legado Usinagem pretende se consolidar em outros mercados, como no de energia eólica e, também, no de óleo e gás.
“A Legado é a única empresa no Brasil que desenvolveu e fabricou envelopes motores – estágios 1 e 2 – para o foguete VSB-30. Produzimos por volta de 90% das peças metálicas do foguete”, destaca o diretor executivo Renato Duarte. Atualmente, já foram produzidos pela Legado mais de 80 envelopes motores, que são reconhecidos por sua alta complexidade técnica. “Todos com 100% de efetividade no lançamento, o que nos deixa muito satisfeitos porque são muito complexos e no setor aeroespacial não há lugar para erros. Não há segunda chance”, complementa o executivo.
O foguete VSB-30 é um veículo suborbital desenvolvido em parceria entre a Agência Espacial Brasileira (AEB) e a Agência Espacial Alemã (DLR), projetado para transportar experimentos científicos e tecnológicos em voos de curta duração até a microgravidade. Usado principalmente em missões de pesquisa atmosférica e ensaios em ambientes extremos, o VSB-30 alcança altitudes de até 270 km, permitindo aos cientistas realizar testes e pesquisas cruciais que retornam ao solo com segurança para análise. Sua confiabilidade e alta capacidade o tornaram referência em lançamentos científicos e o Brasil é um dos principais fornecedores do foguete para o mercado europeu.
Em 2018, a empresa foi reconhecida como melhor fornecedor pelo IAE – Instituto de Aeronáutica e Espaço. Quatro anos depois, Duarte foi nomeado membro honorário pela FAB – Força Aérea Brasileira, uma honraria por conta dos serviços prestados ao setor. Ainda em 2022, a Legado desenvolveu uma empena de alta temperatura, que dá direcionamento para o foguete. Anteriormente o item era produzido apenas pela Alemanha, que hoje é o principal destino de exportação de empenas.
P&D e aquisições – Recentemente, a Legado Usinagem se juntou ao Senai em um projeto na área de Tecnologia da Informação (TI). Para atender o setor de soluções inteligentes de manufatura, a empresa abriu a start up Mac 4 U, que, de acordo com Renato Duarte, “vai ajudar a aumentar a produtividade da indústria de manufatura nacional”.
A empresa também tem investido em tecnologia para o seu chão de fábrica. Há pouco investiu cerca de R$ 4.5 milhões em três máquinas: um centro de usinagem 5 eixos Mikron UCp 800 Duro, da GF; um torno de grande porte Puma 5100LB, da DN Solutions (antiga Doosan Machine Tools); e uma máquina tridimensional CNC, modelo Global S, da Hexagon. Com o investimento, a Legado Usinagem almeja atender, em 2025, além do setor aeroespacial, os mercados de energia eólica e de óleo e gás.
No primeiro semestre de 2025, a empresa pretende investir R$ 2.5 milhões em máquinas de usinagem CNC e está estudando a possibilidade de adquirir máquinas de manufatura aditiva para a área de P&D. “Estamos investindo em projetos de inovação, em máquinas, em melhorias de processos e em tecnologias de digitalização para a transformação digital da produção”, finaliza o diretor executivo.
Frente à aplicação de todos esses recursos, a empresa espera um crescimento de 15% em relação ao ano de 2023.