(30/06/2024) – A indústria de máquinas para construção civil está desfrutando de um cenário positivo este ano. A previsão de vendas do setor para 2024 é de comercialização de 31 mil a 34 mil máquinas, indicando estabilidade no mercado diante do ano passado, com uma pequena variação de 1% para cima ou para baixo.
“É um resultado muito bom, que deve ser celebrado”, diz Carlos França, responsável pela Case Construction na América Latina. “Essa estabilidade indica que o mercado brasileiro de construção vive um bom momento, e tem perspectivas positivas para os próximos anos”.
França arrisca uma projeção de crescimento de 5% para 2025 sobre 2024. Para ele, a expansão se mostra cada vez mais sustentável, já que no Brasil ainda existe muito trabalho de infraestrutura que demandará máquinas de construção.
De fato, os investimentos em infraestrutura no Brasil já deverão ser de R$ 215,83 bilhões em 2024, o que significa um aumento de 11% comparado com os R$ 185,48 bilhões de 2023, segundo a consultoria Inter.B, valor ainda insuficiente para sanar as carências do país nesta área. O investimento em infraestrutura projetado ficará em 1,87% do PIB — ante 1,79% em 2023 — ou seja, abaixo dos 2%.
De acordo com a consultoria, a infraestrutura brasileira precisaria de mais de R$ 200 bilhões em investimentos além dos previstos todos os anos, para atingir um ponto de modernização e universalização para atender toda a população.
Máquinas Agrícolas – Já a expectativa do segmento de máquinas agrícolas é de retração nas vendas este ano: em torno de 18% na comparação com 2023, quando foram vendidas 61 mil unidades, segundo projeção da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), que anteriormente projetara um recuo de 11%.
De acordo com Carlo Martorano, vice-presidente de compras da AGCO, o que pode ajudar o setor no segundo semestre é o anúncio do novo Plano Safra, que deverá acontecer nos próximos dias, com valor de cerca de R$ 500 bilhões – o Plano Safra 2023/2024 foi de R$ 364 bilhões.
“Na verdade, este anúncio já está atrasado em quase um mês, e isso retarda a decisão de investimento dos agricultores, que aguardam para saber as condições e os valores que serão liberados”, critica.
Carlo Martorano e Carlos França participaram do “Seminário AutoData Revisão das Perspectivas 2024”.