A Bio-Hybrid e-DCT, uma das 4 plataformas desenvolvidas pela Stellantis
(06/08/2023) – A relativa lentidão do mercado brasileiro em adotar em maior escala os carros movidos à eletricidade está fazendo com que importantes montadoras apostem em modalidades híbridas de motorização, dando em alguns casos uma espécie de sobrevida aos motores à combustão.
A Stellantis, por exemplo, desenvolveu uma nova tecnologia de propulsão híbrida, que combina energia térmica flex e eletrificação.
Batizada de Bio-Hybrid, a tecnologia poderá ser adotada de modo flexível na gama de marcas da montadora, constituindo uma solução acessível de transição para uma mobilidade mais sustentável.
O projeto foi desenvolvido pelo Tech Center Stellantis na América do Sul, junto com fornecedores, pesquisadores e outros parceiros que constituem o ecossistema de inovação impulsionado pelo grupo, que reúne a ítalo-americana Fiat Chrysler e as francesas Peugeot e Citroen.
“O Bio-Hybrid faz parte da rota tecnológica da mobilidade sustentável adotada pela Stellantis”, afirma Antonio Filosa, presidente da Stellantis para a América do Sul. “Queremos potencializar as virtudes do etanol como combustível renovável, mas combinando a propulsão à base do biocombustível com sistemas elétricos”.
Já a japonesa Toyota, com o apoio do Programa ProVeículo Verde, do governo de São Paulo, irá investir R$ 1,7 bilhão para a produção de um novo compacto híbrido flex em sua fábrica de Sorocaba, no interior paulista. Os planos da Toyota são de comercializar o novo carro em 22 países da América Latina.
O modelo se juntará ao Corolla Cross e ao Corolla sedã na estratégia da Toyota de ampliar as opções de veículos eletrificados que contribuam com a descarbonização do Brasil.
A francesa Renault também engrossa a lista de montadoras que baseiam suas estratégias de transição ao powertrain 100% elétrico por meio de veículos que combinam motores elétricos e a combustão.
A empresa confirmou que está desenvolvendo um motor híbrido flex em sua planta de São José dos Pinhais, no Paraná.
“O futuro é elétrico, sem dúvida. Mas até mesmo na Europa, onde são vendidos veículos elétricos há mais de dez anos, está em curso uma transição. Ainda existe negócio por trás do motor a combustão”, explica o CEO da Renault do Brasil, Ricardo Gondo.
Quatro plataformas para a mobilidade do futuro – Em sua rota tecnológica de descarbonização, a Stellantis desenvolveu quatro plataformas para aplicação no Brasil: Bio-Hybrid; Bio-Hybrid e-DCT; Bio-Hybrid PLUG-IN; BEV (100% Elétrica).
“São plataformas baseadas em tecnologias diferentes, que apresentam distintos graus de combinação térmica e da eletricidade na propulsão do veículo. Cada uma destas tecnologias tem sua aplicação e, juntas, atendem a todas as faixas de consumidores, tornando acessíveis os sistemas híbridos baseados na combinação da propulsão térmica flex com a eletricidade”, explica Marcio Tonani, vice-presidente do Tech Center da Stellantis na América do Sul.
A plataforma Bio-Hybrid traz como elemento um novo dispositivo elétrico multifuncional, que substitui o alternador e o motor de partida. Trata-se de equipamento capaz de fornecer energia mecânica e elétrica, que tanto gera torque adicional para o motor térmico do veículo quanto gera energia elétrica para carregar a bateria adicional de Lítio-Íon de 12 V, que opera paralelamente ao sistema elétrico convencional do veículo. O sistema gera potência de até 3KW, garantindo melhor performance ao automóvel e redução de consumo de combustível.
A plataforma Bio-Hybrid e-DCT conta com o serviço de dois motores elétricos. O primeiro deles é o que substitui o alternador e o motor de partida. Adicionalmente, outro motor elétrico de maiores proporções é acoplado à transmissão. Uma bateria de Lítio-Íon de 48 V dá suporte ao sistema e também é alimentada pelos dispositivos. Uma gestão eletrônica controla a operação entre os modos térmico, elétrico ou híbrido, otimizando eficiência e economia.
A plataforma Bio-Hybrid Plug-in conta com bateria de Lítio-Íon de 380 Volts, recarregada através de sistema de regeneração nas desacelerações, alimentada pelo motor térmico do veículo ou através de fonte de alimentação externa elétrica (plug-in). A arquitetura conta ainda com motor elétrico que entrega potência diretamente para as rodas do carro. O sistema gerencia operação entre modo térmico, modo elétrico ou híbrido otimizando eficiência e economia.
Por fim, a arquitetura BEV (100% Elétrica) é totalmente impulsionada por um motor elétrico de alta tensão alimentado por uma bateria recarregável de 400 V, por meio de sistema de regeneração ou através de plug-in. A arquitetura oferece torque instantâneo, com acelerações rápidas e responsivas. O sistema possui sonoridade customizável e conta com desempenho, mesmo a baixas velocidades.
A plataforma Bio-Hybrid traz como elemento um novo dispositivo elétrico multifuncional, que substitui o alternador e o motor de partida