(18/06/2023) – Dentre os processos para usinagem de metais, o fresamento se destaca como aquele que apresenta maior número de variáveis, possibilidades para obtenção de formas usinadas, permitindo assim a fabricação de peças mais complexas.
Nesse contexto, deve-se considerar o tipo e a dureza do material que se usina, as direções das forças de corte determinadas pelos ângulos de posição da fresa, a espessura dos cavacos… enfim muitas são as variáveis.
No fresamento de moldes e matrizes uso de altos avanços proporciona alta produtividade mesmo em aplicações em que a profundidade de corte é baixa. Isso se deve à combinação de alguns fatores importantes:
- Ângulo de posição
O ângulo de posição determina o direcionamento das forças de corte do fresamento de modo que quanto maiores os ângulos, maiores os esforços de corte no sentido radial enquanto as forças de corte axiais são baixas. As fresas a 90° por exemplo, além de trabalharem com profundidades comparativamente altas e avanços baixos são recomendadas para usinagem de paredes finas por esse motivo.
Por outro lado, as fresas com menores ângulos de posição proporcionam mais esforços de corte no sentido axial, ou seja, no sentido do eixo-árvore e baixas forças radiais, o que resulta numa capacidade de trabalhar com avanços de corte maiores, entretanto com profundidade limitada.
- Redução da espessura do cavaco
Além disso, as fresas com menores ângulos de posição proporcionam o efeito de afinação da espessura dos cavacos, uma vez que esta é o produto da multiplicação do avanço por dente (fz), pelo seno do ângulo de posição da fresa. Desta forma as fresas com ângulo de posição menores podem trabalhar com faixas de avanços maiores para compensar a espessura dos cavacos e, assim, aumentar a produtividade. Esse é o conceito que possibilita que as fresas de alto avanço sejam ótimas opções para usinagem de moldes e matrizes com alta eficiência.
- Fresa Gesac MKF115 com pastilhas LNMX
A Gesac está lançando a fresa MKF 115 e as pastilhas LNMX, com ângulos de posição de 15°. De acordo com a fabricante, este lançamento é a evolução da antiga linha de fresas de alto avanço, com pastilhas LNMU, com diferenças significativas no projeto para proporcionar alta produtividade com mais estabilidade e rigidez.
O novo projeto das pastilhas LNMX combina o corte suave em diferentes profundidades de corte, com superfície de saída em dimensões variáveis para aumentar o equilíbrio das forças de corte e proporcionar maior vida útil. A nova classe GPM7120, desenvolvida com cobertura e substrato de alta estabilidade térmica e química, é recomendada para a usinagem de aços ferramenta, enquanto a nova GSM 7130 foi desenvolvida para a usinagem de componentes aeroespaciais como titânio.
Testes realizados em clientes Gesac durante o primeiro semestre demonstraram aumentos de vida útil da ordem de 40% em comparação com a geração anterior de fresas.
O novo conceito de fresa deve trabalhar com faixas de avanço que variam entre 1,2 e 2,0 por dente o que proporciona um grande volume de cavacos removidos.