(29/01/2023) – Apesar de ter o seu uso extremamente disseminado nas sociedades modernas, e não é de hoje – o alumínio foi “descoberto” na década de 1820 – muita gente ainda pergunta se de fato ele é um material à prova de ferrugem. Pergunta, aliás, frequentemente mal respondida, mesmo por especialistas.
Mas, afinal, será que o alumínio não enferruja mesmo?
Acontece que a própria pergunta é um equívoco, afirma Casper van der Eijk, da Fundação para Pesquisa Científica e Industrial da Noruega. A começar pelo conceito de ferrugem, de onde vem o termo “enferrujar”.
“Quando o ferro é exposto à umidade e ao oxigênio, ele se converte em uma substância marrom-avermelhada quebradiça, que chamamos de ferrugem. Como o aço é uma liga, sendo o ferro seu principal ingrediente, o aço também enferruja”, diz Eijk.
Segundo ele, embora outros metais sofram corrosão quando expostos ao oxigênio ou à água, na verdade eles não enferrujam. Basta pensar na fina camada verde que se forma nas cúpulas dos edifícios feitas de cobre, latão ou bronze: esses metais mudam de cor, mas nunca se esfarelarão como o ferro.
“O alumínio fica no meio do caminho entre esses dois extremos”, diz o pesquisador, acrescentando que o metal reage muito rapidamente ao oxigênio, mas criando uma fina camada de óxido de alumínio em sua superfície externa, que impede que mais oxigênio chegue ao metal, protegendo-o.
Isso, no entanto, não torna o alumínio invencível.
De acordo com Eijk, o contato com a água salgada, por exemplo, pode resultar em pequenos orifícios que vencem a camada protetora de óxido.
O alumínio também será corroído se for exposto a ambientes alcalinos, embora seja mais resistente a ácidos, podendo suportar refrigerantes com pH menor do que três.
“Portanto, o alumínio não é adequado para ser combinado com concreto úmido, um ambiente muito alcalino, que pode causar rachaduras no material”, observa Van Der Eijk.
Mas, apesar de oxidar, o alumínio é altamente durável e tem outras vantagens, como poder ser infinitamente reciclado, com baixa perda de material. De fato, algo em torno de 75% das quase um 1bilhão de t de alumínio já produzidas continua em uso produtivo.
Fonte: Inovação Tecnológica, com base em matéria da Cordis