São Paulo, 27 de novembro de 2024

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01/10/2022

Quais oportunidades a produção de hidrogênio traz à indústria nacional?

(02/10/2022) – De acordo com estudo do Hydrogen Council, desenvolvido em colaboração com a consultoria McKinsey, existem atualmente 680 projetos de produção de hidrogênio verde em grande escala ao redor do mundo. Este número é o dobro do apurado em estudo anterior, divulgado no final de 2021. O volume de investimentos nesses projetos é de US$ 240 bilhões. Estima-se que os recursos empregados nesse campo devem ficar entre US$ 6 e 10 trilhões até 2050.

Esse interesse e esse volume de investimentos se justificam porque o hidrogênio verde se tornou nos últimos anos a principal rota para se atingir o objetivo da descarbonização, da transição energética dos combustíveis fósseis para uma energia limpa. Resumindo, o emprego do H2 – seja em veículos ou processos industriais, como siderúrgico e químico (amônia) – libera vapor de água em vez de CO2.

E como a indústria brasileira poderia participar desse processo? Em primeiro lugar, desenvolvendo tecnologias e equipamentos, como eletrolisadores, ou inovando nos processos de produção, transporte e armazenamento do H2.

Embora já existam equipamentos, inclusive o desenvolvido pela Hytron, de Campinas – empresa que nasceu na Unicamp, mas que foi adquirida pela alemã Neuman & Esser – e o recentemente apresentado pela thyssenkrupp e que será instalado na primeira planta brasileira, da Unigel, esse ainda é considerado um campo aberto a novos desenvolvimentos, de menor custo.

Eletrolisador alcalino pressurizado de pequeno porte da Hytron

O mesmo vale para o processo. Existe uma corrida para o desenvolvimento de catalisadores capazes de reduzir o consumo de eletricidade no processo de separação do hidrogênio. O hidrogênio é um dos elementos mais abundantes na Terra, mas só aparece combinado com outros. Assim, é preciso separá-lo, através da eletrólise, que emprega eletricidade no processo.

Alberto Machado Neto, diretor de Petróleo, Gás, Bioenergia e Petroquímica da Abimaq, informa que, para ser produzido, o hidrogênio consome mais energia do que a resultante no processo. “Assim, só tem sentido produzi-lo com o uso de uma fonte de energia barata, como eólica e solar, abundantes no Brasil, que é o país que tem hoje o maior índice de energias renováveis em sua matriz energética”, explica.

“Se considerarmos a insolação útil e incidência de ventos útil, e a proximidade da geração dessas energias com os polos econômicos, a situação do Brasil é uma das melhores, senão a melhor, do mundo”, ressalta. “O Brasil tem tudo para sair como campeão nessa história. O que não podemos é descuidar da parte tecnológica. Não adianta produzir o hidrogênio verde, mas não dominar a tecnologia, a produção dos equipamentos”.

Esse é um dos motivos que tem levado entidades, casos da Abimaq e da CNI, a criarem departamentos e/ou grupos de trabalhos, para reunir e incentivar seus associados a olhar para esse mercado. Para atender à demanda trazida pela produção de H2 no País, estima-se que serão necessários investimentos da ordem de US$ 200 bilhões. O volume de energia renovável terá de ser elevado em 180 GW, praticamente o dobro de toda a matriz energética brasileira atual, incluindo hidrelétricas, térmicas, nuclear… Hoje a capacidade da fonte eólica é de 22 mil MW e a solar de 15 mil MW.

Machado lembra ainda que qualquer investimento com o objetivo de produção de energia, seja ela qual for, deve reservar cerca de 30% para a aquisição de máquinas e equipamentos. “Então, já existe um esforço para que essas máquinas e equipamentos sejam produzidos aqui, gerando tecnologia e postos de trabalho aqui”.

O diretor da Abimaq conta que ainda não foi realizado um levantamento do número de projetos de produção de H2 em curso no Brasil. Informa, porém, que tem conhecimento de seis deles em discussão no Porto de Açu, no Rio de Janeiro. Também existem projetos em andamento no Porto de Suape, em Pernambuco, e no Porto de Pecem, no Ceará.

O movimento mais efetivo nesse sentido foi o anunciado pela Unigel, em julho passado. A empresa – uma das maiores indústrias químicas da América Latina e maior fabricante de fertilizantes nitrogenados do país – deu início à construção da primeira fábrica de hidrogênio verde do Brasil, no Polo Industrial de Camaçari (BA).

Com investimento inicial de US$ 120 milhões (cerca de R$ 600 milhões), a fábrica deve entrar em operação até o final de 2023, com capacidade de produção de 10 mil toneladas/ano de hidrogênio verde e de 60 mil t/ano de amônia verde. Na segunda fase, esses volumes serão quadruplicados. Segundo a empresa, será o maior projeto integrado do mundo de hidrogênio verde e de amônia verde. A unidade contará com a tecnologia de eletrólise de alta eficiência da thyssenkrupp nucera.

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