(30/01/2022) – Uma projeção preliminar do Sindicato Nacional de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças) indica um crescimento de 4,8% nos negócios do setor de autopeças em 2022 na comparação com o ano passado, com um faturamento nominal de R$ 165,7 bilhões.
Neste montante está contida, segundo a projeção do Sindipeças, uma participação de 18,2% do mercado de reposição, índice melhor que os 17,4% projetados para 2021, mas inferior aos 19,5% de 2020.
De acordo com Dan Ioschpe, presidente da entidade, em entrevista ao site Autoindústria, o crescimento irá se dar mesmo com a continuidade por alguns meses da crise de desabastecimento de semicondutores, que vem prejudicando a produção das montadoras.
“Acreditamos que a situação deve ser normalizar ao longo deste ano”, afirma Ioschpe. “Haverá certamente alguma reorganização das cadeias produtivas, a partir de uma melhor compreensão das novas demandas”.
Segundo ele, apesar da pandemia da covid-19 e da crise dos semicondutores, o desempenho da indústria de autopeças foi positivo em 2021. Até o mês de novembro, o faturamento registrou expansão de 25,2%, alcançando R$ 158,1 bilhões, diante de R$ 126,3 bilhões em 2020.
O investimento foi de R$ 2,10 bilhões, contra R$ 1,10 bilhão em 2020, alta de 90,9%. Para 2022, a previsão de elevação do investimento é de 9,5%. Já o número de postos de trabalho saltou de 232,9 mil em 2020 para 241,1 mil em 2021, alta de 3,5%. A previsão é de aumento de 0,7% em 2022.
Para Ioschpe, o crescimento do setor de autopeças poderia ser ainda maior se o Brasil procedesse com urgência uma ampla reforma tributária, que resultasse na criação de legislação capaz de aprimorar a incidência de impostos sobre o consumo de bens e serviços, a partir de um imposto único sobre o valor agregado.
“Tal aprimoramento seria fundamental para reduzir o chamado Custo Brasil, que está cada vez mais pesado, e impulsionar de novo o crescimento econômico do país, que não há quem não esteja almejando”, diz o executivo.
Ioschpe defende ainda a adoção de políticas públicas que acelerem a inovação no país e a melhor integração do Brasil ao mundo, preferencialmente por meio de acordos internacionais.