São Paulo, 22 de dezembro de 2024

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21/11/2008

Batendo uma bolinha na fábrica

Tadeu Lins, gerente regional de Vendas da Sandvik Coromant, conta que no início dos anos 80, numa montadora do ABC, a gerência de Processos estava a cargo de um alemão. O gerente já estava já há vários anos no Brasil, mas ainda mantinha aqueles traços de personalidade que nós, brasileiros, costumamos atribuir aos germânicos: exigente, rígido, sério. Mas era boa gente.

Naquela época, o setor de processos de usinagem contava com duas áreas de planejamento de ferramentas: a de cortantes e a de não-cortantes, cada uma delas com um supervisor.

Aos sábados era o dia em que normalmente se compensava as pontes dos feriados. Num desses sábados, sem a presença do gerente e do supervisor de não-cortantes, a responsabilidade pelo setor ficou com o supervisor de ferramentas cortantes. Após o almoço, sem a menor vontade de retornar ao batente, os funcionários ficaram jogando conversa fora, contando piadas. Afinal, era um sábado… até que alguém resolveu fazer uma bolinha de papel enrolada com fita crepe. Uma embaixadinha aqui, outra embaixadinha ali e logo se formaram dois times e a peleja teve início, ali mesmo na seção. E o horário do almoço acabou sendo um pouquinho prolongado.

Na segunda-feira, o supervisor de não-cortantes notou que a planta que decorava o local onde ficava a sua mesa estava com algumas avarias – algumas folhas estavam machucadas e outras simplesmente não estavam mais lá. Ele lamentou com o gerente: “Poxa, o pessoal veio compensar o feriado no sábado e olha lá o resultado: minha planta murcha, quebrada…”

O gerente chamou a secretária e quis saber se ela havia notado alguma movimentação próxima à mesa do supervisor durante o sábado de compensação. Na maior saia justa, a secretária começou dizendo que tudo havia sido tranqüilo naquele dia. O fluxo de trabalho havia transcorrido normalmente até a hora do almoço. Após o almoço, é que algumas pessoas brincaram um pouco e o almoço acabou se estendendo.

O alemão quis saber que brincadeiras eram aquelas. “Bom, alguns funcionários ficaram lendo, outros jogaram xadrez…. e havia também um grupinho jogando futebol”.

“Futebol?”. Tudo bem, os brasileiros adoram futebol, os alemães também. Mas jogar futebol na seção? O alemão não teve dúvida. Convocou uma reunião com todos os que lá haviam estado no sábado. Formou-se uma roda em torno da mesa do gerente. O discurso começou em tom leve: “o planejador de processo sempre tem alguma atividade para realizar. Não é possível que em um dia, mesmo que não haja produção regular, ele não aproveite esse tempo para desenvolver o seu trabalho”.

O tom foi aumentando. “Os senhores vieram aqui no sábado e jogaram futebol! Aqui na seção! E até estragaram a planta do supervisor!”. A coisa foi ficando mais séria, o alemão mais nervoso, o pescoço já completamente vermelho: “o que eu quero saber é: onde estava o supervisor nessa hora?”.

Após alguns segundos de silêncio, ouve-se a voz do supervisor: “No gol”.

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