São Paulo, 22 de dezembro de 2024

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04/07/2010

Sertãozinho: um polo de riquezas

(*) Eduardo Rota

(04/07/2010) – Sertãozinho é um polo disseminador de riquezas no Estado de São Paulo. Com pouco mais de 110 mil habitantes, distribuídos em 418 km², a cidade é forte no segmento industrial, sobretudo no setor sucroenergético, e ocupa papel de destaque no cenário econômico nacional. Seu PIB per capita é de R$ 26.586,00, o maior da região.

Uma pesquisa feita com as 36 diretorias regionais do sistema Fiesp/Ciesp apontou que as empresas da área industrial de Sertãozinho ampliaram em 8,51% o número de postos de trabalho durante o mês de março de 2010, o que alçou a cidade à condição de terceira no ranking estadual de empregos. Detalhe: a regional de Ribeirão Preto não foi incluída no levantamento, o que indica a possibilidade de a força econômica da região ser ainda maior.

Localizada a menos de 200 Km de distância de municípios economicamente fortes de São Paulo e de Minas, como Americana, Araraquara, Barretos, Franca, Jaú, Limeira, Passos, Piracicaba, Poços de Caldas, Rio Claro, São Carlos, São José do Rio Preto, Uberaba , Uberlândia e Ribeirão Preto , a cidade tem o privillégio de situar-se no caminho que liga a Grande São Paulo à região central do país. Com perfil marcadamente industrial e reconhecida como polo tecnológico pelo governo do estado de São Paulo, Sertãozinho abriga empresas nacionais e multinacionais de diversos setores da economia e também o Centro Empresarial Zanini, que é o maior centro de negócios do interior paulista.

A acentuada industrialização do município permitirá que, mesmo sem ter uma só gota do ouro negro em seu subsolo, a cidade ganhe dinheiro com a exploração do petróleo na camada pré-sal. Isso será possível porque a indústria de máquinas e equipamentos de Sertãozinho é uma das mais completas e avançadas do País. São mais de 400 empresas atuando nessa área! Como a Petrobras prevê investimentos para o pré-sal entre 150 e 160 bilhões de reais na aquisição desse tipo de instrumental ao longo dos próximos quatro anos, as empresas de Sertãozinho, que são tradicionais fornecedoras da indústria sucroalcooleira, terão a oportunidade de se tornar fornecedoras diretas da Petrobras e prestadoras de serviço a outros fabricantes.

Tal possibilidade impõe desafios ao empresariado da região, originalmente formado por empresas familiares. A maior empresa brasileira é a mais exigente com relação à qualificação e homologação de seus fornecedores, inclusive no tocante ao nível de governança e à sustentabilidade daqueles que se credenciam para fornecer produtos e serviços. Isso obriga os empresários do referido polo industrial a avaliarem e seus padrões de governança, procurando alinhá-los ao que houver de mais arrojado nesse campo.

O bom é que o empresariado local está longe de sofrer algum tipo de letargia. Pois, consciente de que um presente glorioso não conduz necessariamente a um futuro também brilhante, vem incentivando iniciativas voltadas a garantir que a inovação e inventividade continuem garantindo a pujança regionaç. Exemplo disso é a incubadora de empresas do município, que tem o apoio do Sebrae-SP e está em funcionamento desde 1998. Seu objetivo é propiciar que as micro e pequenas empresas, antes de se lançarem no mercado, se fortaleçam por meio da transferência de conhecimento e de tecnologia de instituições de ensino e de pesquisa. Desde 2009, a incubadora dispõe de 19 módulos e conta com a Unidade Móvel do Senai, que oferece capacitação para trabalhadores da área de construção civil.

Como se vê, Sertãozinho tem um papel dos mais significativos na construção do Brasil próspero e moderno como que todos sonhamos, e que, cada vez mais, aumenta suas chances de se tornar real. E o potencial de investimentos que a Petrobrás realizará nos próximos anos deve ser fruto de um longo debate, pois o ideal é que os mesmos sejam destinados às empresas brasileiras, agregando valor à nossa economia e gerando empregos para o nosso país. Certamente, o polo industrial de Sertãozinho será um dos grandes beneficiados por esses investimentos. Mas fica o alerta para os empresários em relação à necessidade de cumprir os requisitos necessários ao exercício desse protagonismo.

(*) Eduardo Rota é sócio-diretor da BDO e atua no escritório de Ribeirão Preto.

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