São Paulo, 23 de novembro de 2024

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15/03/2006

Senai ajuda inventores a desenvolver produtos

A partir de uma idéia simples e eficaz, o economista João Carlos Sehen criou em 2002 a empresa de conectores elétricos Dersehn do Brasil, em Pelotas, no Rio Grande do Sul. Ao observar que as emendas feitas nas instalações elétricas consumiam muita energia, ele inventou um derivador elétrico, peça que substitui emendas, com uma entrada e três saídas de fios. O produto reduz o consumo de energia de 26% a 63%, evita curtos-circuitos, tem um melhor acabamento nas emendas e é mais fácil de instalar. Para isso, ele contou com o apoio do Centro Tecnológico de Mecânica de Precisão (Cetemp) do Senai, de São Leopoldo (RS). “O apoio do Senai foi primordial. Levei a idéia, mas o produto nasceu no Senai”, diz Sehen.

Técnicos do Cetemp desenharam o produto em software e ofereceram contatos de matrizarias da região para que o empresário fizesse o molde do derivador. “O trabalho teve êxito porque contamos com o envolvimento do cliente, que foi um agente importante e participativo em todo o processo de desenvolvimento do produto”, afirma o engenheiro Luciano Santos, do Cetemp.

Sehen deixou o emprego na CEF para se dedicar à comercialização do invento, que está registrado no INPI. A empresa recebeu ainda certificado da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), que comprova que o produto é inovador. Hoje a empresa fabrica cerca de mil peças por dia e, em breve, a produção deve aumentar para atender à demanda crescente. O próximo passo do empresário é buscar mercado no exterior. “Enviamos um lote do produto para os Emirados Árabes e acredito que outros países vão se interessar”, diz o empresário.

Outra empresa que recebeu apoio do Cetemp foi a AL Oliveira, que fabrica muletas, andadores e cadeiras de rodas. Há cerca de cinco anos, a unidade do Senai ajudou a empresa no melhoramento da matriz para injeção da muleta do tipo canadense, que tem apoio plástico na peça que envolve o braço. “Tivemos que redesenhá-lo por causa de algumas medidas inapropriadas”, explica Santos. “É um produto de primeira linha e a empresa foi a primeira a desenvolvê-lo no Brasil”, afirma Auto Leitão de Oliveira, dono da empresa.

COMPRESSOR DE GÁS – Como a Dersehn e a AL Oliveira, outras empresas receberam apoio de unidades do SENAI para desenvolver produtos inovadores. Um exemplo é o compressor de Gás Natural Veicular (GNV) com vazão média quatro vezes menor dos geralmente comercializados. Desenvolvido pelo Centro de Tecnologia do Gás do SENAI do Rio Grande do Norte a pedido da empresa baiana Movitec, o produto tem vazão de 200 metros cúbicos/h e foi criado para atender, principalmente, as frotas de carros e empilhadeiras de empresas instaladas em cidades pequenas, onde o número de automóveis a gás ainda é reduzido.

O compressor custa R$ 280 mil e tem capacidade para abastecer aproximadamente 150 carros por dia. As vendas do produto representam 95% do faturamento anual da empresa. “Esse compressor tem condições de atender a cidades de pequeno porte, exigindo um investimento bem abaixo do compressor maior”, afirma o engenheiro mecânico Nagib Francisco da Silva, do Centro de Tecnologia do Gás.
Antes os compressores existentes no mercado tinham uma vazão de 800 m³/h, suficiente para abastecer aproximadamente 600 veículos/dia, com custo de R$ 600 mil.

Outra vantagem do novo compressor é que o custo da estrutura de abastecimento também é menor, porque a eletricidade usada vem direto da rede tradicional de energia. “Para o compressor maior, que precisa de alta tensão, é preciso comprar um transformador. A alimentação energética representa um custo 15% maior em relação ao da instalação do menor”, diz o empresário Hildélio Mendes, dono da Movitec. Desde 2004, quando o produto foi criado, já foram vendidos nove equipamentos. Em função do crescimento da frota de veículos a gás natural, a previsão é que a venda dos compressores aumente consideravelmente.

O Senai também auxilia empresas a desenvolver produtos que melhoram os processos industriais. É o caso da Néctar Agrícola, pequena produtora de passas de uva. Para a indústria, a unidade do Senai de Petrolina desenvolveu uma espécie de estufa solar para secagem da uva que reduz quatro gramas de fungos e leveduras a cada 280 gramas de passas produzidas. Antes da estufa, o produto era secado ao sol. “Investimos cerca de R$ 600 para o desenvolvimento da estufa”, informa a dona da empresa, Adelice Morbeck. Agora, ela pretende usar o equipamento para produzir passas de banana.

Na área de alimentos, o Senai de Vassouras, no Rio de Janeiro, ajudou a empresa Colloides Naturels Brasil, fabricante de goma acácia, estabilizante natural para alimentos, a fazer testes de qualidade em gomas para serem usadas em cerveja. Os resultados foram usados para que a empresa comercializasse gomas com melhor qualidade para manter a estabilidade da espuma da bebida. “A aplicação de gomas na cerveja é algo novo no Brasil”, diz Teresa Yazbek Pereira, gerente comercial da empresa. Ela afirma ainda que o Senai é um importante agente no teste do produto. “Entendemos de gomas, mas não da sua aplicação em bebidas. O Senai faz isso para nós.”

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