Empresa 100% focada na reposição de autopeças, a Affinia Automotiva acaba de completar um ano atividades. Desde o final de 2004, quando o segmento de aftermarket da Dana Corporation foi adquirido pelo The Cypress Group, criando a empresa, houve um grande esforço no sentido de reestruturar e consolidar suas atividades. O desafio, segundo o presidente da Affinia, Jorge Schertel, foi superado. “Esse primeiro ano foi excelente e pudemos constatar que a Affinia está bem preparada: embora o mercado brasileiro não tenha registrado aumento de demanda de autopeças, nossa atuação foi muito positiva”, comemora.
De acordo com Schertel, a criação da nova empresa também foi bem suportada pelos distribuidores das linhas de produtos de suas sete marcas: Nakata, Spicer, Urba, Brosol, Wix, Perfect Circle e Victor Reinz. Para estar cada vez mais perto do clientes finais e aplicadores, a Affinia dedicou boa parte de seus investimentos em treinamentos e feiras. “Participar de eventos do porte da Autosports, da Automec e da Autonor foi fundamental, porque o objetivo da empresa é ajudar os clientes a vender. E a maneira de fazer isso é atuar junto a eles na ponta”, diz.
Outra política adotada pela Affinia ao longo do ano foi a de reduzir em 20% as exportações. A ação teve como objetivo adequar sua rentabilidade ao quadro de retração do dólar. Já sobre as importações, Jorge Schertel diz que a posição da empresa é de observação. De acordo com ele, a meta não é importar, mas, se for necessário, pode-se buscar recursos na unidade da Affinia Group na China. “Sempre nos colocamos ao lado da defesa intransigente da indústria nacional e pela manutenção do emprego do operário brasileiro. Porém, o mercado é dinâmico e devemos estar preparados para nos antecipar a qualquer movimento. Por esse motivo, enviamos dois engenheiros para um benchmarking com a equipe chinesa e eu mesmo irei conhecer a China e nossas instalações em fevereiro”, comenta.
Nos Estados Unidos, a competição dos importados, informa o presidente, teve reflexos sobre as vendas de componentes de suspensão e freios do grupo Affinia, que representam 60% dos negócios. Mas os outros 40%, focados em filtros, tiveram “um ano excelente”. Resultados à parte, a empresa global faz um balanço positivo de 2005, graças a um bem-sucedido processo de reestruturação e, principalmente, pela adequada administração do capital de giro.
Os planos são de que esse processo esteja concluído até o final de 2007. Até lá, a expectativa é de que Affinia Group obtenha um crescimento da ordem de 30% sobre os 1,8 bilhões de reais do faturamento atual, um crescimento de 20% por meio de aquisições (o equivalente a 400 milhões de reais) e um crescimento orgânico de 5% ao ano (500 milhões de reais).
Não é, contudo, o desempenho da Affinia que preocupa Jorge Schertel, e sim o futuro do mercado de reposição como um todo, devido a fatores externos ao controle da empresa, tais como juros altos, legislação fiscal e tributária e, inclusive, os importados, graças a atual taxa cambial.