A indústria de máquinas e equipamentos fechou o ano de 2005 com faturamento nominal de R$ 55,9 bilhões, 18,3% superior ao obtido em 2004. O resultado positivo, no entanto, não tranqüiliza o presidente da Abimaq, Newton de Mello, que ressalta a queda gradativa de desempenho apresentado pelo setor nos últimos meses do ano passado.
“É preocupante a desaceleração verificada entre agosto e dezembro, que pode continuar nos primeiros meses de 2006, principalmente se forem mantidas as atuais políticas cambial e de juros, que prejudicam as exportações e desestimulam os investimentos produtivos”, afirma Mello.
A preocupação em torno da baixa cotação da moeda norte-americana não é à toa. As exportações representaram 37% do faturamento do setor. Essa participação, no entanto, teve queda de cinco pontos percentuais em relação a 2004. “Apesar do dólar baixo, continuamos com os nossos negócios no exterior para não perdemos os clientes que conquistamos com muito esforço. Mas essa postura não poderá ser mantida por muito mais tempo”, alerta.
Em relação ao mercado interno, foi registrado aumento de 17,8% no consumo de máquinas e equipamentos em 2005, quando comparado ao ano anterior. O segmento que mais se destacou, no ano passado, foi o de bens sob encomenda, com aumento real no faturamento de mais de 50%. Também tiveram resultados expressivos os segmentos de válvulas industriais, com alta de 2,8 % e de máquinas têxteis, 0,2 %. O segmento de máquinas e implementos agrícolas registrou queda de 43,6%, bastante afetado pela queda da lucratividade das commodities agrícolas no mercado internacional,.
O nível da capacidade instalada teve pouca variação, ficando em 81,10%, com queda de 0,8%. O número de empregados do setor cresceu 2,4% no ano passado, chegando a dezembro com 212 mil postos de trabalho.
PERSPECTIVAS – Levando-se em consideração o atual cenário, a Abimaq prevê que a indústria de bens de capital tenha esse ano um desempenho inferior ao verificado em 2005. “Não há sinais claros de que o cenário econômico vá mudar tanto ao ponto de reverter a tendência de redução da atividade sentida nos últimos meses do ano passado. O que nos dá algum alento é a competitividade que o produto nacional ganhou junto ao mercado internacional, apesar do câmbio desfavorável, e as eleições que deverão estimular investimentos em obras públicas”, conclui Newton de Mello.