Apesar da queda do dólar, a participação das máquinas importadas no consumo global de bens de capital mecânicos diminuiu 4,5%, ao passar de 42,1%, em 2004, para 37,6%, em 2005. O consumo aparente (produção + importação – exportação) de máquinas e equipamentos no País, foi de R$ 47,2 bilhões, em 2004, e de R$ 55,6 bilhões, em 2005, com acréscimo de 17,8%.
A informação, levantada pela área de estatística da Abimaq, não surpreende o presidente da entidade, Newton de Mello. “A aquisição de máquinas não é estimulada pela redução do custo, mas pela demanda da produção. Como a situação cambial atual não estimula a produção de bens, é natural que o consumo de bens de capital, seja nacional ou importado, sofra redução”, argumenta.
Para Mello, esses dados desmistificam opiniões correntes nas esferas governamentais de que a valorização do Real, com a conseqüente redução no preço das máquinas e equipamentos importados, provoque um choque de competitividade no setor produtivo nacional. “Esse tipo de entendimento não só é completamente equivocado como faz parte de uma idéia antiga de que tudo que é produzido no País carece de qualidade, evolução tecnológica e competividade”, argumenta.
Para Newton de Mello, outro fator que desmistifica o tal “choque de competitividade” é a crescente importação de máquinas de países que não têm tradição como produtores de bens de capital. Mais de 15% das importações de máquinas do Brasil, em 2005, vieram de países não-tradicionais na área, com destaque para o crescimento de mais de 100% de equipamentos da China, entre 2005 e 2004.