A Companhia Vale do Rio Doce e a Usiminas estudam a construção de usina siderúrgica na Região Sudeste para a produção de 5 milhões de toneladas de placas, com investimento estimado em US$ 3 bilhões. A informação foi dada ao Jornal do Commercio pelo diretor do Departamento de Participações Siderúrgicas da Vale, José James Mendes Pessoa. Segundo ele, o projeto faz parte da estratégia da empresa de fortalecimento da siderurgia no Brasil, como forma de fomentar as vendas de minério de ferro no mercado nacional.
De acordo com o assessor da presidência da Usiminas, Heitor Lins Peixoto, a siderúrgica tem interesse em projetos dessa natureza com duas condições: buscar parceiros e ter empresa para laminar as placas de aço. Segundo ele, os planos de nova usina em parceria com a Vale estão em fase de estudos. Ele acrescentou que a estratégia de crescimento da Usiminas atualmente deve concentrar-se em aquisições na América Latina, de forma a fazer da empresa grande player regional.
Peixoto lembrou que essa é estratégia comum à companhia, que já tem participação na argentina Siderar, na venezuelana Sidor e recentemente anunciou a compra de 15% da recém-criada Ternium, do grupo Techint. “Acreditamos no mercado regional”, disse.
Este seria o quarto projeto siderúrgico brasileiro com a participação da Vale. A empresa participa da BV Steel, com a chinesa Baosteel, que prevê a produção de 4,1 milhões de toneladas de placas em primeira fase, no Maranhão, atualmente em compasso de espera devido a questões como licenciamento ambiental e carga tributária.
Outro projeto é com a ThyssenKrupp, no Rio, batizado de Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA), com investimentos totais de US$ 3,2 bilhões. A nova unidade tem início de produção previsto para agosto de 2008 e deverá produzir, em uma primeira fase, US$ 4,4 milhões de toneladas de placas. A participação da Vale no projeto é de 10%.
Outro projeto em andamento é o da Usina Siderúrgica do Ceará, em parceria com a italiana Danieli e com a coreana DongKuk Steel, que somará investimento de US$ 760 milhões, com previsão de produzir 1,5 milhão de toneladas de placas e a Vale deve participar com 9%.
A Vale tem participação de 50% na siderúrgica americana Califórnia Steel, que produz 1,8 milhão de t/ano de placas. Também participa com 78% da Ferro Gusa Carajás, que iniciou a operação em outubro de 2005, com capacidade de 380 mil toneladas de gusa. A mineradora detém ainda participação de 4,9% na argentina Siderar e 11,5% do capital total da Usiminas.
Fonte: Jornal do Commercio