Em reuniões distintas, realizados nos últimos 10 dias, montadoras e autopeças voltaram a pressionar o governo em busca de soluções para o problema cambial. As montadoras querem incentivos à exportação, enquanto as autopeças reivindicam compensação cambial.
A Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) aguarda convocação para uma nova rodada de discussões sobre possíveis incentivos à exportação da indústria automotiva brasileira. No último dia 10, Rogelio Golfarb, presidente da entidade, e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, se reuniram para discutir saídas que minimizem os impactos negativos do real valorizado sobre os embarques de veículos, peças e componentes. Constam da proposta entregue ao ministro: ampliação da linha de crédito voltada à exportação das montadoras pelo BNDES, melhoria das taxas de financiamento e incentivos a programas de exportação de engenharia.
Já a indústria de autopeças apresentou ao ministro Guido Mantega, na semana passada, pauta de reivindicação que visa compensar a desvalorização do dólar ante o real. Entre os pleitos do Sindipeças (Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores) está a liberação do sistema “de compulsório cambial”. Ou seja, o fim do prazo estabelecido para a venda do dólar. Hoje, quando o exportador vende ao mercado externo, a lei obriga que o dólar seja vendido em sete meses depois do embarque. As autopeças pretendem exportar sem a cobertura cambial e, assim, negociar melhor com o câmbio no exterior. Consta ainda da pauta do setor a desoneração de tributos em investimentos.
Segundo o presidente do Sindipeças, Paulo Butori, as exportações da indústria de autopeças devem começar a cair a partir do ano que vem. Em 2006, estima que o volume embarcado deverá ser maior que o exportado em 2005, que foi de US$ 7,6 bilhões, por conta dos contratos que já estão fechados.
Fontes: Gazeta Mercantil/Diário do Grande ABC