São Paulo, 24 de novembro de 2024

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10/06/2006

Cresce a importação de insumos e matérias-primas

A valorização do real frente ao dólar, ocorrida em 2005, pôs em curso uma transformação no comércio exterior brasileiro: a indústria começa a substituir insumos e matérias-primas nacionais pelos importados. O processo deverá se intensificar em 2006, o que pode trazer problemas para o mercado interno. É o que informa edição especial da Sondagem Industrial sobre comércio exterior, divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), realizada com 1.264 pequenas e médias empresas e 215 de grande porte, entre março e abril de 2006.

O estudo mostra que o percentual de empresas que utilizam insumos e matérias-primas importadas vem aumentando gradativamente. As grandes empresas aumentaram de 69%, em 2004, para 71% em 2005. Entre as pequenas e médias empresas, a proporção foi quase igual, 33% contra 34% em 2004.

Para este ano, 28% das empresas que já utilizam insumos e matérias-primas importados pretendem aumentar ainda mais seu uso nos próximos seis meses. É o caso dos setores de máquinas e materiais elétricos, farmacêuticos, produtos de metal e material eletrônico e de comunicação. Entre as empresas que não utilizavam insumos importados, ou utilizavam de forma irrisória no ano passado, 10,6% pretendem iniciar seu uso em 2006, como as indústrias madeireiras, de calçados, couros e vestuários.

Segundo o estudo, por conta desse quadro, “pode-se esperar um crescimento das dificuldades enfrentadas pelas empresas nacionais produtoras de insumos e matérias-primas na venda tanto para o mercado externo como doméstico”. O levantamento mostra ainda que as empresas exportaram menos em 2005: 43% delas registraram redução nas exportações em 2005, 30% mantiveram as exportações inalteradas e 27% aumentaram suas vendas externas.

Entre as pequenas e médias empresas, o indicador da evolução de exportações ficou em 41,9 pontos – abaixo dos 50 pontos, linha divisória entre uma evolução positiva e negativa. No caso das grandes empresas, esse índice situou-se em 49,8 pontos, o que mostra estabilidade. O documento mostra que “os efeitos da valorização cambial sobre as exportações brasileiras ainda não são significativos porque as grandes empresas exportadoras têm mantido suas exportações. A redução das vendas de pequenas e médias empresas, embora intensa, passa despercebida”.

Além disso, a queda das exportações se concentrou em empresas cujas exportações representam menos de 20% do faturamento da empresa. “Como as grandes empresas respondem por parcela muito maior das vendas externas brasileiras, o impacto no valor exportado ainda não deverá ser pronunciado”, diz o estudo.

De acordo com o levantamento da CNI, as empresas que mais sofrem com a valorização do real são as pequenas e médias voltadas ao mercado externo. A expectativa dos pequenos industriais sobre a evolução das exportações para os próximos seis meses não é favorável. O indicador de 46,4 pontos sugere redução nas exportações. Para os grandes negócios, esse índice é maior, 51,6 pontos, o que mostra que as exportações permanecerão estáveis. Valores acima de 50 indicam expectativas positivas.

O estudo mostra que as empresas exportadoras estão adotando estratégias para diminuir o impacto da valorização do real na sua produção. O principal motivo apontado é a manutenção do cliente: assinalado por 60,2% das pequenas e médias empresas e 64,3% das grandes empresas. “Isso mostra que as empresas passaram a considerar o mercado externo como estratégico e não apenas como escoadouro de excedente de produção”, diz a pesquisa.

Para o gerente-executivo da Unidade de Pesquisa e Avaliação da CNI, Renato da Fonseca, as empresas optaram por esta estratégia, pois sabem que o período da valorização da nossa moeda é curto. “Eles estão esperando o real desvalorizar e assim reaquecer o mercado”, disse ele.

Para as pequenas e médias empresas, os outros motivos mais assinalados para continuar exportando são abertura de novos mercados, por 47,5%, e mercado doméstico contraído, 36,8%. Para as grandes empresas, foram compromissos já assumidos, apontado por 49,4%, e abertura de novos mercados, 45,8%.
De um modo geral, os investimentos voltados para exportação das empresas exportadoras deverão permanecer no mesmo patamar de 2005, independente do porte da empresa. “No caso das pequenas e médias empresas: 21% deverão aumentar seus investimentos contra 18% que pretendem reduzir. Entre as grandes, 22% deverão aumentar seus investimentos em 2006 contra 15% que deverão reduzir”, diz o documento.

Fonte: CNI

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