A expectativa de crescimento dos mercados emergentes, como Ãndia, China, Ásia e México, está levando a General Motors Corporation a redesenhar sua estrutura de engenharia para que os veículos do futuro sejam criados seguindo um conceito global de arquitetura. Com a nova determinação definida pela matriz nos Estados Unidos a subsidiária brasileira, que integra os cinco pólos de desenvolvimento de produtos (os outros ficam nos EUA, Europa, Austrália e Coréia do Sul), será responsável pela criação e desenvolvimento de picapes de porte médio. Isso quer dizer que as novas gerações de picapes que serão produzidas nas várias unidades da GM no mundo a partir de 2012 será criada pela equipe de engenharia do centro tecnológico da filial brasileira.
A nova estratégia, no entanto, não altera a estrutura atual da montadora no Brasil que, segundo o seu presidente Ray Young, tem competência para o desenvolvimento de carros compactos. “Fomos escolhidos para desenvolver picapes em razão da capacidade que a engenharia brasileira tem sobre esse produto”, disse Pedro Manuchakian, vice-presidente de engenharia da divisão LAAM, que reúne as regiões da América Latina, Ãfrica e Oriente Médio. “Mas isso não impede a GM do Brasil de desenvolver carros pequenos para o mercado brasileiro”.
Com a nova estrutura, a Coréia passará a ser responsável pela criação e desenvolvimento de veículos pequenos; Suécia, Inglaterra e Alemanha pelos médio e compactos; Austrália pelos modelos grandes com tração traseira; e Estados Unidos pelas picapes grandes e veículos grandes de luxo. Os novos veículos não serão produzidos necessariamente nos locais onde serão desenvolvidos.
Para garantir apoio aos projetos globais da corporação, a área de tecnologia e de design da General Motors do Brasil vai crescer. Depois de ter investido US$ 40 milhões nos últimos 15 anos, serão destinados nos próximos três anos mais US$ 30 milhões para esse departamento. A quantia será aplicada em novos equipamentos para expandir a capacidade de engenharia. Para isso, a empresa já começou a contratar 300 engenheiros e designers. Hoje trabalham no Centro de Desenvolvimento de Engenharia 650 pessoas e a estimativa é de até 2008 ter mais de 1.200 funcionários envolvidos em projetos de criação e desenvolvimento de veículos para atender o Brasil e o exterior.
Hoje 60% dos trabalhos criados pelo Brasil estão voltados para projetos locais e 40% para projetos globais. A meta para 2008 é de inverter esse índice, tendo 60% do foco para projetos globais. Além de participar de projetos globais, a GMB pretende reduzir o tempo de criação e os testes dos protótipos, que custam US$ 300 mil cada.
Fonte: Gazeta Mercantil