Fabricante de máquinas agrícolas e de construção civil do grupo Fiat, a matriz da CNH, na Itália, anunciou na semana passada aporte de US$ 200 milhões na sua subsidiária brasileira. Esses recursos permitirão aumentar a capacidade de produção da linha de construção civil – cujas vendas cresceram 55% no ano passado – e lançar produtos da linha agrícola. As três fábricas da CNH instaladas no Brasil abastecem todo o mercado latino-americano.
US$ 80 milhões serão empregados no aumento entre 10% e 15% da capacidade de produção na linha de construção civil, produzida na unidade de Contagem (MG). Os investimentos em infra-estrutura têm puxado as vendas deste segmento que, há poucos anos, não representava mais de 30% do faturamento da subsidiária brasileira. Hoje, o segmento representa 45% da receita. Com a demanda reprimida por obras de infra-estrutura, a expectativa é de que as vendas de equipamentos continuem em expansão.
Outros US$ 100 milhões serão investidos no lançamento de equipamentos agrícolas, linha que registrou queda de 35% nas vendas no ano passado, continua em declínio, mas é o carro-chefe da CNH. As máquinas agrícolas são produzidas nas unidades de Curitiba (Paraná) e Piracicaba (São Paulo).
US$ 20 milhões serão aplicados em modernização de sistemas administrativos, a maior parte nos processos de pós-venda das marcas produzidas pela CNH, a Case e a New Holland.
O último aporte da holding na subsidiária brasileira ocorreu em 2000, quando a New Holland incorporou a Case Corporation. Segundo Rizzioli, as fábricas brasileiras são consideradas estratégicas pelo grupo italiano, embora os negócios no País passem por um período “pontualmente difícil”.
Em 2005, os resultados foram 6% inferiores aos de 2004. Além de enfrentar a retração nas vendas de tratores e colheitadeiras no mercado doméstico, a subsidiária perdeu exportações para unidades instaladas em outros países. “Estamos apostando que os acertos (políticos e econômicos) vão acontecer, o país pode ser muito competitivo”, ressaltou Rizzioli. “Por isso estamos reforçando os negócios.”
A América Latina representa 8% do faturamento mundial da CNH, que foi de US$ 11,8 bilhões em 2005. O Brasil absorve 50% das vendas totais na América Latina.
Fonte: Valor Econômico