A MWM International se prepara agora para ampliar os negócios no exterior, principalmente na Ãndia e China. Nesses dois países, a idéia da MWM International é aproveitar uma tecnologia disponível no Brasil para fabricar o mesmo produto em mercados emergentes, onde a demanda tem características semelhantes à brasileira. Além dos mercado locais, o plano prevê estabelecer na Ãndia e na China bases de exportação para outros mercados da Ásia e também o Leste Europeu.
O projeto está mais adiantado na Ãndia, onde o grupo americano recentemente firmou joint venture com a Mahindra para fabricar caminhões, que serão equipados com os novos motores, elaborados a partir da tecnologia desenvolvida no Brasil pela MWM. A negociação do local da nova fábrica, investimento do grupo americano e a participação do Brasil na transferência tecnológica estarão concluídos em dois ou três meses, disse ao jornal Valor Econômico o diretor de Vendas e Marketing no Brasil, José Eduardo Luzzi.
Na China, o negócio está em fase de discussão. Ainda não se sabe se a International fechará parceria com um grupo local ou se apenas transferirá a tecnologia dos motores brasileiros.
O projeto visa tirar proveito de instalações industriais em países de baixo custo. Se até hoje o Brasil atraía capital estrangeiro por este motivo, agora o País, que desenvolveu conhecimento, é usado para ensinar os outros povos emergentes. Estratégias como essa ganham, assim, vantagem em relação a uma eventual exportação a partir do Brasil para regiões distantes como a Ásia. Ainda mais agora com o real valorizado.
A valorização do real também é um estímulo a outro projeto da MWM International, de importação de componentes da Ãndia e China., principalmente peças fundidas e forjadas. Além dos preços competitivos, a empresa quer utilizar a importação para se proteger contra eventual desabastecimento desses produtos no mercado interno, como aconteceu no ano passado.
“É importante buscar um equilíbrio entre importações e exportações, seja por questões de competitividade ou por um gargalo”, disse Luzzi. Hoje a empresa obtém 30% da receita com vendas ao exterior. A receita total da empresa no Mercosul passará dos US$ 670 milhões em 2005 para US$ 750 milhões, neste ano. A empresa espera chegar a US$ 1 bilhão daqui a três anos.
Ao adquirir a MWM em abril de 2005, a companhia se transformou na maior produtora de motores diesel na América do Sul. A união das operações fez surgir no Mercosul um complexo que reúne três fábricas – São Paulo, Canoas (RS) e Argentina – e 2,7 mil funcionários.
Fonte: Valor Econômico