Estudo elaborado pela Serasa, com base nos balanços demonstrativos de cerca de 10 mil empresas industriais, do comércio e serviços, encerrados no primeiro trimestre de 2006, 2005 e 2004, apontou lucro líquido de 8,5% este ano no faturamento das empresas dos três segmentos juntos.
Dentre os setores, o melhor foi a indústria, que apresentou rentabilidade de 11%, a maior entre os três setores, desconsiderando o desempenho da Petrobrás. O segmento em destaque foi o de papel e celulose, o qual apurou melhor resultado financeiro que, beneficiado pela valorização do real frente ao dólar, viu reduzir suas dívidas atreladas em moeda estrangeira e apresentou margem líquida de 22,8%. O siderúrgico, que registrou rentabilidade de 19,3%, impulsionado em parte pela redução do preço do carvão mineral e do coque, importantes insumos para a produção de ferro-gusa e, ainda, por ganhos financeiros. O têxtil, que sofreu o impacto da apreciação cambial nas exportações e retração interna pelo aumento das importações, apresentou rentabilidade negativa de 6,5%.
O comércio, que historicamente trabalha com margens mais comprimidas, apresentou ligeira melhora nos últimos anos, apresentando rentabilidade de 2,3% em 2006. O segmento de produtos para agropecuária registrou lucro líquido de 4,4% em relação às vendas, em virtude das empresas do setor buscarem aumentar suas margens para compensar, em parte, a queda do volume comercializado. Outros grandes segmentos, como revenda de veículos, eletroeletrônicos, alimentos e combustíveis, apresentaram rentabilidade de 2,0%, 1,7%, 1,9% e 2,0%, respectivamente.
O setor de serviços apresentou rentabilidade de 9,6%, sendo que o segmento de energia elétrica destacou-se com margem líquida de 13,8%, beneficiado pelo aumento de consumo. O de telefonia, incluindo fixa e móvel, revelou margem líquida de 9,4%, influenciado pelo aumento das tarifas da telefonia fixa e o de telefonia móvel, pelo maior número de linhas de aparelhos celulares, apesar das elevadas despesas decorrentes de gastos com publicidade e subsídios de aparelhos. O segmento de transporte rodoviário de cargas, que é afetado por fatores estruturais como as condições das estradas brasileiras, o alto índice de roubo de cargas e a forte concorrência, apresentou margem negativa de 0,1%.
* Texto produzido pela Serasa