No primeiro semestre, a indústria de autopeças exportaram US$ 4,261 bilhões, cerca de 20% na comparação com o mesmo período de 2005. Já as importações registraram pequeno declínio, de US$ 3,445 bilhões de janeiro a junho de 2005 para US$ 3,361 bilhões nos seis primeiros meses de 2006.
A balança comercial do setor mostra superávit de US$ 900 milhões. A prevalecer o ritmo, o setor poderá alcançar em 2006 o maior superávit da sua história. “Se o segundo semestre for igual ao primeiro poderemos ter um saldo de US$ 2 bilhões”, disse ao jornal Valor Econômico o presidente do Sindipeças, Paulo Butori.
Por enquanto, por falta de dados dos próprios associados, o Sindipeças mantém a previsão de alcançar um superávit de US$ 1 bilhão, com receita de US$ 8,25 bilhões em exportações, o que representará incremento de 10,2% em comparação com o faturamento obtido no exterior em 2005, ano em que as vendas externas já registraram uma alta de 23,6%.
Segundo Butori, as empresas têm dito que devem perder exportações no segundo semestre por conta da valorização do real, mas por enquanto os números não mostram isso. O setor trabalha com a perspectiva de obter um faturamento total de US$ 28,2 bilhões em 2006, o que representa avanço de 16,5% em relação ao ano passado. Mas o Sindipeças ressalta que a maior parte desse crescimento será anulada pelo efeito cambial. O faturamento deflacionado indica aumento de 1,6%.
Segundo Butori, apesar de o câmbio ser favorável às compras no exterior, as empresas do setor de autopeças não demonstram interesse em importar. Isso ocorre, segundo o dirigente, porque houve um grande esforço para a nacionalização dos componentes. “O investimento nessa nacionalização já foi concluído”, diz.
Fonte: Valor Econômico