São Paulo, 25 de novembro de 2024

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03/09/2006

Venda de máquinas tem nova queda

No acumulado de janeiro a julho de 2006, o desempenho da indústria de máquinas e equipamentos no Brasil manteve a tendência de queda. De acordo com os indicadores econômicos da Abimaq, o faturamento de bens de capital, com exceção de veículos de transporte e tratores agrícolas, foi de R$ 30,6 bilhões, 3% inferior ao mesmo período de 2005, quando foi totalizado o valor de R$ 31,5 bilhões. Além disso, estão em queda o nível de emprego (-1,9%), nível de utilização da capacidade instalada (-1,2%), consumo aparente (-0,8%) e pedidos em carteira (-0,4%). (Ver tabela anexa).

Para o presidente da entidade, Newton de Mello, a queda no consumo aparente de máquinas, pela qual se entende a produção nacional, descontada a exportação, somada a importação, que passou de R$ 31,2 bilhões para R$ 30,9 bilhões, comprova previsão feita há mais de um ano. “A produção nacional, seja industrial ou agrícola, está desestimulada pela forte apreciação do real. Com o dólar abaixo de R$ 2,60 o produto brasileiro perde competitividade nos mercados interno e externo. Fica mais barato importar o produto final do que produzi-lo. Como setor que é termômetro da economia, há mais de 12 meses alertamos que a apreciação cambial promove a desindustrialização, a crise agrícola, o desemprego e a estagnação econômica”, adverte o empresário.

A despeito da questão cambial, as exportações de máquinas mantêm crescimento, da ordem de 10,4%, ao passarem de US$ 4,83 bilhões no ano passado para os atuais US$ 5,34 bilhões. No entanto, o desempenho das vendas externas dos últimos 12 meses mostra declínio gradativo de janeiro até julho, ao passar de 21,2% para 11,6%.

Período 12 meses/12 meses ano anterior (%)

mai. 42,9

jun. 41,9

jul. 40,1
ago. 34,6
set. 32,8
out. 32,4
nov. 27,0
dez. 25,5

2006
jan. 21,2
fev. 18,3
mar. 17,9
abr. 15,7
mai. 14,4
jun. 12,4
jul. 11,6

As importações de máquinas e equipamentos cresceram 16,7%, saltando de US$ 4,72 bilhões para US$ 5,51 bilhões, no comparativo dos primeiros sete meses deste ano contra o mesmo período de 2005. No entanto, apresentam declínio gradativo desde janeiro, analisando-se o comportamento dos últimos 12 meses.

Na avaliação do presidente da Abimaq, como o consumo de máquinas não cresceu, conclui-se que houve substituição de máquinas nacionais por importadas. “Essa importação, porém está muito concentrada em máquinas originárias da China (+102%), Hong Kong (+75%) e Coréia do Sul (+50%). Já os países notoriamente produtores de máquinas com tecnologia de ponta aumentaram as exportações ao Brasil abaixo da média. É o caso da Alemanha (+10%), Suíça (+9%)”, complementa.

Mello reafirma que são dados que desmentem a falsa tese de que a indústria brasileira esteja aproveitando a baixa cotação do dólar para investir em máquinas modernas e sofisticadas, e assim aumentar sua produtividade.

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