A Confederação Nacional da Indústria (CNI) revisará para baixo as estimativas de crescimento da economia brasileira em 2006. A previsão para expansão do Produto Interno Bruto (PIB), que era de 3,7%, ficará entre 2,5% e 3%. “Supondo um cenário positivo em que o segundo semestre de 2006 acompanhará o desempenho dos melhores segundos semestres desta década – nos anos de 2000, 2003 e 2004 -, a taxa de crescimento esperada para o PIB em 2006 será de 2,9%”, afirmam os técnicos da CNI. “Em um cenário menos favorável, o crescimento será menor”, advertem.
A revisão das perspectivas se baseia na queda do ritmo de crescimento da economia no segundo trimestre deste ano. De acordo com os números divulgados pelo IBGE, o PIB cresceu apenas 0,5% no segundo trimestre do ano em relação ao período imediatamente anterior, quando a expansão foi de 1,4%. Na comparação com 2005, o ritmo de crescimento declinou de 3,3% no primeiro trimestre para 1,2% no segundo trimestre.
Os técnicos da CNI observam que o mau desempenho da indústria foi o principal responsável pela desaceleração da atividade econômica. De acordo com o IBGE, o PIB industrial caiu 0,3% no segundo trimestre na comparação com o período imediatamente anterior. Em relação ao segundo trimestre de 2005, a indústria cresceu apenas 0,5%. “A indústria de transformação, responsável por 60% do PIB industrial, mostrou queda de 0,4% nesse período”, destaca a CNI.
A queda de 2,2% nos investimentos e a redução de 5,1% nas exportações no segundo trimestre em relação aos primeiros três meses do ano também indicam que o país terá um desempenho inferior ao esperado neste ano. “O consumo das famílias e do governo foi o único componente de demanda do PIB que manteve o ritmo de expansão no segundo trimestre”, alertam os técnicos da CNI.