Estudo da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomércio) revela que as empresas que investem em inovação tecnológica, diferentemente do que se acredita, aumenta o número de empregos, o valor dos salários pagos e o tempo de permanência no trabalhador na empresa.
Segundo o estudo Inserindo o Brasil no Mundo, as empresas que investem em pesquisa contratam mais do que a média da indústria brasileira, com aumento de 29% nos postos de trabalho, contra média geral de 19%. Além disso, em relação aos salários pagos, as empresas inovadoras também gastam mais (23%) com as folhas de pagamento. E o tempo médio de permanência do trabalhador no emprego destas empresas é de 54,09 meses, enquanto nas demais é de 35,41 meses.
O estudo foi elaborado por João Alberto de Negri, diretor de estudos setoriais do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) a pedido da Fecomércio. Segundo dados do Ipea, inovar e gastar mais em pesquisa e desenvolvimento aumenta em 16% as chances de uma empresa ingressar no mercado internacional, como exportadora, da mesma forma que amplia em 116% o volume das vendas externas. Além disso, a inovação tecnológica é mais relevante justamente nos mercados mais dinâmicos no comércio mundial e proporciona um preço-prêmio de, no mínimo, 30% nas exportações fruto da maior agregação de valor.
A Pesquisa Industrial de Inovação Tecnológica (Pintec), feita pelo IBGE, mostra que o total dos investimentos realizados em pesquisa e desenvolvimento, o chamado P&D, pelas empresas industriais brasileiras somou R$ 5,1 bilhões, ou apenas 0,6% do seu faturamento. Esse é um valor muito baixo em comparação aos padrões internacionais, especialmente dos países desenvolvidos. Na Alemanha, por exemplo, o percentual é de 2,7% e, na França, é de 2,5%.
Na indústria brasileira existem apenas 1.199 empresas que inovam e diferenciam produtos. Inovação para o mercado diz respeito a produto ou processo ainda não conhecido ou comercializado no mercado doméstico. Isso significa que apenas 31,5% das firmas apostam em inovação tecnológica contra uma média de 50% na Europa.
O estudo afirma que é preciso mudar a política industrial do País para aumentar a capacidade de inovação doméstica, com um ambiente muito mais competitivo e economia mais aberta.
Fonte: Sebrae/Beth Matias