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17/09/2006

Inovação tecnológica cria empregos

Estudo da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomércio) revela que as empresas que investem em inovação tecnológica, diferentemente do que se acredita, aumenta o número de empregos, o valor dos salários pagos e o tempo de permanência no trabalhador na empresa.

Segundo o estudo Inserindo o Brasil no Mundo, as empresas que investem em pesquisa contratam mais do que a média da indústria brasileira, com aumento de 29% nos postos de trabalho, contra média geral de 19%. Além disso, em relação aos salários pagos, as empresas inovadoras também gastam mais (23%) com as folhas de pagamento. E o tempo médio de permanência do trabalhador no emprego destas empresas é de 54,09 meses, enquanto nas demais é de 35,41 meses.

O estudo foi elaborado por João Alberto de Negri, diretor de estudos setoriais do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) a pedido da Fecomércio. Segundo dados do Ipea, inovar e gastar mais em pesquisa e desenvolvimento aumenta em 16% as chances de uma empresa ingressar no mercado internacional, como exportadora, da mesma forma que amplia em 116% o volume das vendas externas. Além disso, a inovação tecnológica é mais relevante justamente nos mercados mais dinâmicos no comércio mundial e proporciona um preço-prêmio de, no mínimo, 30% nas exportações fruto da maior agregação de valor.

A Pesquisa Industrial de Inovação Tecnológica (Pintec), feita pelo IBGE, mostra que o total dos investimentos realizados em pesquisa e desenvolvimento, o chamado P&D, pelas empresas industriais brasileiras somou R$ 5,1 bilhões, ou apenas 0,6% do seu faturamento. Esse é um valor muito baixo em comparação aos padrões internacionais, especialmente dos países desenvolvidos. Na Alemanha, por exemplo, o percentual é de 2,7% e, na França, é de 2,5%.

Na indústria brasileira existem apenas 1.199 empresas que inovam e diferenciam produtos. Inovação para o mercado diz respeito a produto ou processo ainda não conhecido ou comercializado no mercado doméstico. Isso significa que apenas 31,5% das firmas apostam em inovação tecnológica contra uma média de 50% na Europa.

O estudo afirma que é preciso mudar a política industrial do País para aumentar a capacidade de inovação doméstica, com um ambiente muito mais competitivo e economia mais aberta.

Fonte: Sebrae/Beth Matias

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