(03/03/2007) – Desde o ano passado a Difer, de São Paulo, está investindo para ampliar a sua participação no mercado de ferramentas de usinagem de PCD e PCB (ou CBN). Além de aumentar a capacidade de produção e investir em tecnologia, a empresa reestruturou o departamento de engenharia de aplicação com o intuito de ofertar soluções ao cliente e tem promovido treinamentos técnicos para seus representantes atuarem mais fortemente com essa linha.
Empresa nacional, que completa 45 de anos em 2007, a Difer é pioneira na linha de ferramentas de PCD no Brasil. Desde 1979 – quando iniciou o desenvolvimento do processo industrial com cooperação da GE Superabrasives – vem atuando nesse segmento. “Nós adquirimos uma máquina da Ewag, da Suíça, e desenvolvemos o know-how junto à GE, que havia desenvolvido o diamante sintético”, conta o gerente Técnico Roberto Jardim. “Ficamos cerca de dois anos para ganhar performance de nível industrial. O grande desafio estava na lapidação das plaquetas de PCD, visando atingir a performance exigida na usinagem”, complementa.
A linha de PCD/PCB veio, então, se somar às linhas tradicionais da Difer de rebolos diamantados, dressadores e ferramentas eletrolíticas. Nos últimos anos, porém, as ferramentas de usinagem têm ampliado sua participação no faturamento da empresa. “Para 2007, estamos projetando crescimento de 20%, centrado basicamente nessa linha de produtos”, informa José Luiz Marcandalli, gerente de Vendas.
A linha da Difer é composta de ferramentas para torneamento e fresamento, standard e especiais. A empresa produz os corpos da ferramenta em HSS e metal duro, sobre os quais aplica as plaquetas de PCD ou CBN. Também aplica diretamente as lâminas sobre insertos de metal duro (inclusive usados) fornecidos pelo cliente. “Rebaixamos as pastilhas de metal duro e nelas fundimos as plaquetas de PCD ou CBN”, diz Marcandalli, acrescentando que uma das grandes vantagens destas ferramentas está no fato de permitir a reafiação, retornando como novas.
Esta possibilidade de reafiação – serviço também prestado pela Difer – é um dos fatores que têm colaborado para o crescimento da utilização destas ferramentas na indústria nacional, pois contribui decisivamente para a redução de custos do processo ao longo do tempo. Outro dado é que o custo do PCD e do CBN também caiu significativamente nos últimos anos. “Embora o material ainda tenha o estigma de caro, a verdade é que o preço caiu bastante e a possibilidade de reafiação reduz o custo total”, informa Marcandalli.
A necessidade de aumento de produtividade e redução de custos de produção tem aberto muitas portas para a empresa, inclusive em empresas de pequeno e médio portes. “Quando uma empresa nos dá a oportunidade de mostrarmos nossas soluções, dificilmente deixamos de conquistar esse cliente”, frisa Roberto Jardim.
As principais aplicações do produto são: PCD, materiais não-ferrosos metálicos, como o alumínio; CBN, materiais ferrosos endurecidos (acima de 45 HRc), caso das matrizarias. Em geral, segundo a Difer, consegue-se aumentar a velocidade da operação em até quatro vezes.
Marcandalli conta que recentemente visitou uma empresa de médio porte que estava com dificuldades para produzir uma peça em alumínio de uso automotivo. A dificuldade estava no acabamento de um chanfro na peça. “Pegamos o mesmo inserto de metal duro que o cliente estava usando, aplicamos o PCD – com uma adequação na aresta – e conseguimos o acabamento desejado. Com um detalhe: numa velocidade quatro vezes maior que a usada pelo cliente anteriormente”.